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Bancos digitais já são o principal canal financeiro dos mais jovens

Pesquisa da fintech Mambu revela que 54% dos brasileiros entre 18 e 35 anos já elegeram uma instituição digital como sua principal ferramenta financeira

Mesmo os brasileiros que ainda têm preferência por um grande banco têm algum grau de relação com uma instituição digital: 73% dos entrevistados disseram fazer transações por meio de suas contas em bancos digitais | Crédito: Thinkstock (Reprodução/Thinkstock)

Mesmo os brasileiros que ainda têm preferência por um grande banco têm algum grau de relação com uma instituição digital: 73% dos entrevistados disseram fazer transações por meio de suas contas em bancos digitais | Crédito: Thinkstock (Reprodução/Thinkstock)

BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 12h39.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2022 às 20h28.

Transferir dinheiro, pagar contas e fazer transações por meio de um aplicativo ou pelo computador já fazem parte da rotina de boa parte dos brasileiros. Na última década, a digitalização do setor financeiro caminhou a passos largos, e boa parte desse processo pode ser atribuída à chegada dos bancos digitais ao mercado. A pandemia da covid-19 também teve um papel importante na introdução da população às soluções de um mundo conectado.

Uma pesquisa global da Mambu, fintech alemã de soluções para o setor financeiro, mostrou que não só os brasileiros já conhecem a comodidade dos serviços online como a maior parte já escolheu um banco digital como sua principal instituição financeira.

Os dados, revelados com exclusividade pela EXAME Invest, mostram que 54% dos brasileiros entre 18 e 35 anos já fizeram essa opção, enquanto os 46% restantes continuam elegendo uma instituição tradicional (um grande banco) como seu meio financeiro principal.

Embora a divisão pareça bem acirrada, o Brasil tem um grau de digitalização bem maior do que a média dos vizinhos latinos. Na média, 83% da população da América Latina ainda tem um banco tradicional como sua principal instituição de relacionamento. Em países como Chile e Peru, esse número é de mais de 90%.

"O Brasil se tornou uma referência global quando o assunto são as fintechs. O país tem o maior ecossistema de fintechs da América Latina, enquanto São Paulo foi a quarta maior cidade do mundo no mesmo quesito", explica Sergio Costantini, diretor-geral da Mambu no Brasil.

A pesquisa revelou também que mesmo os brasileiros que ainda têm preferência por um grande banco têm algum grau de relação com uma instituição digital: 73% dos entrevistados disseram fazer transações recorrentes por meio de suas contas em bancos digitais.

O digital como porta de entrada

Outro dado revelador da pesquisa é a adesão ao mundo digital pela população de menor renda. Historicamente, essa camada social conta com o maior contingente de desbancarizados, mas a digitalização tem ajudado a inserir essas pessoas no mundo financeiro.

Ainda de acordo com a pesquisa, apenas 12% dos jovens brasileiros seguem desbancarizados, frente a um total de 45% de cidadãos da América Latina sem contato com uma instituição financeira (seja ela tradicional ou digital).

Segundo o levantamento da Mambu, 61% dos jovens brasileiros de nível socioeconômico mais baixo (chamado de NSE) têm um banco digital como sua principal instituição financeira. Essa proporção se inverte nas camadas maiores de renda: entre os mais ricos, 62% ainda são mais aderentes ao relacionamento com um grande banco.

"Os bancos digitais conseguiram compreender as necessidades dos clientes e, com uma forte veia de inovação e tecnologia, cresceram de forma exponencial e ganharam uma grande fatia do mercado, estimulando também a bancarização desse público”, avalia Costantini.

Uma das razões para isso é o custo. Os bancos digitais ganharam espaço no Brasil com base, principalmente, na oferta de serviços sem custo ou com custo inferior ao oferecido por grandes bancos. Em um primeiro momento, as contas correntes sem tarifa de manutenção e os cartões de crédito sem anuidade foram o grande chamariz para a captação de clientes.

Mas o custo não é a única motivação para a escolha dos brasileiros por uma instituição digital. Na verdade, a facilidade no processo de abertura de conta, a comodidade de uso dos serviços e a possibilidade de fazer tudo pelo celular vieram à frente da ausência de taxas e tarifas nas respostas dos entrevistados sobre as razões para a escolha do banco digital como seu canal financeiro principal.

Por outro lado, entre os que são mais adeptos a um grande banco, a principal motivação para a permanência em uma instituição tradicional foi o uso da conta para receber o salário.

“Os bancos tradicionais precisam rever suas estratégias de digitalização e adotar uma mentalidade mais focada na inovação e tecnologia para melhorar os serviços e atender as necessidades em constante mudança dos clientes”, recomenda o diretor da Mambu.

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