Vulcabras: Vendas batem recorde e receita cresce 24% no 3º tri, para R$ R$ 663,5 milhões
Lucro líquido contábil da companhia caiu 22,6% por causa de créditos fiscais registrados um ano antes; sem itens não recorrentes, avanço é de 35,7%
Raquel Brandão
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 19h28.
A fabricante de calçados e artigos esportivos Vulcabras registrou mais um trimestre de crescimento de vendas, o nono consecutivo e o melhor da história em faturamento bruto: R$ 764,7 milhões. A receita líquida da companhia cresceu 24%, para R$ 663,5 milhões, no terceiro trimestre, levando a um avanço de 35,7% no lucro líquido recorrente, para R$ 99,9 milhões. Se considerados itens extraordinários, como o reconhecimento de créditos fiscais no mesmo período do ano passado, o lucro líquido da companhia caiu 22,6%.
A fabricante dos tênis Olympikus, Under Armour e Mizuno anunciou o pagamento de dividendos intercalares no valor de R$ 91 milhões e já prevê um quarto trimestres de continuidade do cresciemnto, com carteiras de pedidos já sendo colocadas.
"Comércio vem melhorando e Vulcabras está ainda melhor. Então, a perspectiva é positiva. Eu vejo um bom ano", diz Pedro Bartelle, CEO da fabricante, em entrevista à Exame Invest. "Setor de moda vem se recuperando bem", argumenta ele, observando a retomada da demanda e destacando que o segmento esportivo ainda está em ritmo mais intenso, impulsionado por procura por bem-estar e pela expectativa com a Copa do Mundo.
Bartelle destaca que a companhia tem conseguido ampliar suas margens, mesmo com a permanência dos custos de produção ainda em patamares elevados. O custo de produto vendido seguiu em patamares elevados, mas já passou a representar menos da receita: saiu de 63,9% para 62,3%. "Felizmente está começando a ter uma tendência de estabilidade e leve queda. É animador porque os últimos anos foram de muito aumento. Isso já é uma notícia boa, mas não espero que necessariamente isso aconteça."
Nesse contexto, a margem bruta da companhia chegou a 37,7%, 1,6 ponto percentual enquanto a margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a 20,2%, 1,1 ponto percentual a mais do que um ano antes.
"Tudo isso se deve ao sincronismo todo da nossa operação e ao foco esportivo com a chegada de novas marcas. Isso tudo trouxe velocidade e eficiência muito grande para o nosso parque fabril", argumenta, observando que o mercado não vem crescendo em ritmo similar. Outro fator que tem impulsionado as margens é o avanço do comércio on-line, no qual a companhia vende diretamente ao consumidor e, por isso, obtém mais rentabilidade. A participação das vendas on-line da companhia passou de 3,1% para 5,8%. A receita do canal foi de R$ 38,4 milhões, um crescimento de 128,6%.