Volkswagen estuda abrir capital das demais marcas do grupo, diz CEO
Futuro do grupo Volkswagen poderá ser de holding, controlando uma série de empresas listada na Bolsa de Valores
Carlo Cauti
Publicado em 4 de outubro de 2022 às 15h14.
O CEO da Volkswagen, Oliver Blume, declarou nesta terça-feira, 4, que está estudando a abertura de capital de outras marcas do grupo.
O executivo falou durante uma entrevista ao jornal econômico alemão Handelsblatt, poucos dias após a listagem da Porsche, cujas ações estão se recuperando após uma queda que seguiu a estreia na Bolsa de Valores de Frankfurt.
As marcas da Volkswagen não listadas incluem a marca Audi, que poderia ser a próxima a abrir seu capital, Lamborghini, Bentley, Skoda, Seat e Cupra. Segundo Blume, os CEOs e CFOs de cada marca já estariam trabalhando com equipes de consultores bancários para elaborar um plano, obviamente levando em consideração a situação dos mercados.
Além disso, no mesmo dia do IPO da Porsche, o diretor financeiro da Volkswagen, Arno Antlitz, havia antecipado a possibilidade de abrir o capital da PowerCo, empresa do grupo alemão especializada em baterias para carros elétricos.
Com a criação da PowerCo, a Alemanha e a sua indústria automotiva querem entrar de vez no desafio tecnológico e produtivo dos carros elétricos, com um investimento de mais de 20 bilhões de euros até 2030 e a criação de 20 mil postos de trabalho na Europa no âmbito do plano de construção de seis gigafábricas no próximos anos.
O resultado desse trabalho deverá ser apresentados aprofundado devem ser apresentados no Dia do Mercado de Capitais da Volkswagen de 2023.
Blume deixou claro que esse trabalho “deve ser entendido como uma sessão de formação", pois dentro do grupo Volkswagen existe uma "clara motivação para dar maior importância ao mercado de capitais”.
Futuro da Volkswagen poderia ser uma transformação em holding
Segundo alguns analistas, a Volkswagen poderia se tornar uma holding, com várias empresas listadas. Isso poderia agregar um valor significativo e melhorar a competitividade do grupo e das marcas.
Para ter uma ideia, a Porsche já vale quanto toda a empresa-mãe: cerca de 80 bilhões de euros. E isso, segundo Blume, teria destacado o potencial de valor oculto dentro do gupo alemão.
No entanto, a cotação da Porsche ainda não beneficiou o grupo como um todo, pois as ações da Volkswagen caíram cerca de 10% nos últimos dias. Um resultado negativo em parte devido às condições de mercado e em parte porque os investidores migraram da controladora para a marca de carros esportivos.
Mudanças na governança da Porsche
Enquanto isso, após o IPO da Porsche, a holding Porsche SE pagou oficialmente a primeira parte de suas ações, composta por 17,5% de papéis ordinários - com direito a voto - por 7,1 bilhões de euros.
A segunda parcela será transferida no início do próximo ano, quando os acionistas da Volkswagen receberão 49% do resultado da listagem como dividendo extraordinário. De acordo com o prospecto, a Porsche SE, holding com direito de voto majoritário no grupo Volkswagen, controlado pelas famílias Piech e Porsche (que obteve uma minoria de bloqueio na Porsche graças ao IPO) será tratada como se detivesse a participação antes mesmo a conclusão da transferência.