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Vitreo e RBR lançam produto para investir em fundos imobiliários dos EUA

Gestores veem grande potencial de valorização de REITs, desvalorizados em relação ao mercado acionário americano

Nova York: janela com vista de Manhattan (stockelements/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 07h45.

A Vitreo e a RBR Asset lançam nesta terça-feira, 1, o RBR Vitreo Real Estate Global FIA. Criado por meio de uma parceria entre as duas gestoras, o fundo será o primeiro do Brasil com gestão ativa de REITs, semelhantes aos fundos de investimentos imobiliários ( FIIs ) brasileiros, mas negociados nos Estados Unidos.

Com objetivo de captar 200 milhões de reais até março do ano que vem, os gestores pretendem manter de 70% a 80% do fundo alocado em REITs e o restante divido entre FIIs do mercado local e LFT para facilitar as operações de hedge, tendo em vista que o fundo não será exposto aos fatores cambiais.

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Voltado para investidores qualificados, o valor do aporte mínimo inicial será de 5.000 reais, sendo os seguintes de a partir de 100 reais. O fundo terá taxa de administração de 1,5% ao ano acrescido de uma taxa de performance de 20% sobre o que exceder 5%. Já o período de resgate será de d+90.

Além de reduzir o risco Brasil na carteira, o fundo também deve explorar áreas indisponíveis no mercado local de FIIs, como o de data centers. “São ativos com enorme desconto em relação ao custo de reposição. Dando um exemplo simples: para comprar um imóvel no Empire State é 23.000 reais o metro quadrado, enquanto na Faria Lima [em São Paulo] é no mínimo 30.000”, afirma George Wachsmann, sócio e chefe de gestão da Vitreo.

Para os gestores, ainda há grande potencial de valorização neste mercado. Embora o mercado acionário dos Estados Unidos já tenha se recuperado do coronavírus, os REITs americanos seguem abaixo de suas máximas. No ano, o índice MSCI U.S. REIT acumula queda de 15,5%, enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq, têm respectivas altas de 8,34% e 31,2% - e vem quebrando recordes quase que diariamente. No Brasil, a performance do índice referência de FIIs, o Ifix, chega a superar o do Ibovespa, com queda acumulada de 12,99% em 2020 contra 14,07% de baixa.

“A pandemia criou grandes oportunidades nesse mercado e os ativos estão muito baratos”, afirma Daniel Malheiros, sócio e gerente de portfólio da área de investimentos internacionais da RBR Asset.

Também durante a pandemia que houve a aproximação entre a Vitreo e RBR se intensificou mais especificamente, a partir de um símbolo da nova era, uma live. Mas os novos tempos também podem representar um risco para o negócio, já que o movimento work from home, desencadeado pela necessidade de isolamento social, é tido como uma das maiores ameaças aos REITs, especificamente aqueles com foco em escritórios.

Mas Malheiros acredita que este não seja um movimento duradouro. “Com a vacina saindo, muito coisa volta ao normal. Mesmo que não volte, não será muito catastrófico. [Há expectativa] de valorização dos ativos por dois ou três anos. O timing é perfeito”, afirma.

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