Vale: Redução na projeção de investimentos para 2025 (Germano Lüders/Exame)
Editora do EXAME IN
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 05h47.
A Vale (VALE3) encerrou o quarto trimestre com um resultado operacional em linha com as expectativas do mercado, mas uma última linha do balanço no vermelho por conta de baixas contábeis relativas principalmente a ativos de níquel dentro da divisão de metais básicos.
A mineradora teve prejuízo de US$ 694 milhões nos últimos três meses do ano, contra lucro de US$ 2,4 bilhões no ano anterior.
O número ajustado, para excluir os efeitos não recorrentes das baixas, ficou no azul em US$ 872 milhões. O consenso de mercado apontava para um valor mais elevado, de US$ 1,95 bilhão.
A receita recuou 22%, para US$ 10,1 bilhões, dentro das expectativas, refletindo a queda dos preços e das vendas de minério de ferro na comparação anual, conforme já reportado na prévia operacional. O EBITDA ajustado caiu 40%, para US$ 4,1 bilhões, também em linha com o consenso de mercado.
O resultado final foi afetado por impairments de quase US$ 2 bilhões, dos quais US$ 1,4 bilhão atrelado à revisão estratégica das operações de níquel em Thompson, no Canadá, que foram colocadas à venda. Outros US$ 540 milhões em baixa referem-se à expansão da mina níquel, cobalto e cobre Voisey Bay, também canadense.
O níquel segue sendo o ponto fraco da mineradora. O EBITDA da divisão ficou positivo em apenas US$ 55 milhões, uma melhora frente ao prejuízo de US$ 66 milhões do trimestre anterior, mas ainda próximo do zero a zero. “Ainda vemos a divisão entregando menos que o esperado”, ponderou o BTG Pactual em relatório.
No acumulado do ano, a Vale registrou lucro de US$ 6,1 bilhões – ou US$ 7,7 bilhões quando ajustado pelos efeitos não recorrentes, queda de 3% na comparação anual. A receita recuou 9%, para US$ 38 bilhões, enquanto o EBITDA pro forma caiu 22%, para US$ 15,3 bilhões.
Em conjunto com o balanço, a Vale fez uma revisão no seu guidance para investimentos em 2025, que passou de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões.
A companhia também anunciou dividendos de US$ 2 bilhões, acima do esperado. A distribuição engloba um dividendo extraordinário de US$ 500 milhões.
O pacote de remuneração ao acionista inclui também o lançamento de um programa de recompra de até 120 milhões de ações num período de 18 meses, equivalente a 3% dos papéis em circulação.