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Presidente da AES Brasil renuncia

Clarissa Sadock Accorsi comandava a companhia desde 2021 e já havia ocupado cargo de CFO; vice-presidente comercial fica interinamente como CEO

Clarissa Sadock – CEO  AES Brasil.
 (Leandro Fonseca/Exame)

Clarissa Sadock – CEO AES Brasil. (Leandro Fonseca/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 30 de maio de 2023 às 18h51.

Última atualização em 30 de maio de 2023 às 19h48.

A presidente da empresa de energia renovável AES Brasil, Clarissa Sadock Accorsi, renunciou ao cargo nesta terça-feira, 30, por questões pessoais, segundo comunicado da empresa.

A executiva era CEO da empresa desde 2021 e estava na AES desde 2004, onde também foi diretora de relações com investidores e diretora financeira.

Accorsi fica no cargo até 30 de junho. Para seu lugar foi indicado pelo conselho de administração Rogerio Pereira Jorge, que deve ocupar o cargo interinamente, enquanto permanece como vice-presidente comercial.

Ciclos de investimentos e contratação do Itaú BBA

Recentemente, a companhia, ex-AES Tietê e controlada pela americana AES, contratou o banco Itaú BBA, o que levantou suspeitas no mercado de que a holding estaria buscando um sócio ou mesmo um comprador para a empresa.

Em entrevista exclusiva à EXAME Invest no último dia 17 de maio (ainda no comando da AES Brasil), a executiva afirmou que a empresa contratou o banco para encontrar novas fontes de recursos para um novo ciclo de investimentos. "A AES tem todo interesse em permanecer no Brasil e opera em todos os lugares do mundo com modelo de parceria", disse.

"Seguimos na trajetória de buscar crescimento no fornecimento de energia renovável", afirmou a executiva, destacando a expansão dos investimentos da empresa para além das fontes hídricas para fonte solar e eólica. A projeção da empresa é de investir R$ 3,4 bilhões de 2023 a 2027.

A forte onda de investimentos fez o juro alto ser ainda mais agressiovo no resultado financeiro da empresa. O resultado financeiro ficou negativo em R$ 144,8 milhões no primeiro trimestre, um resultado 52% pior do que um ano antes. Por isso, no período, o lucro líquido da companhia caiu 15%, para R$ 60 milhões.

Entre janeiro e março de 2023, a AES chegou a uma dívida bruta de R$ 11,9 bilhões, 85% superior ao mesmo período de 2022, com uma alavancagem de 3,45 vezes se considerado o Ebitda ajustado.

"Este ano estamos entregando quase 1 giga a mais de energia em construção Então estamos falando de 25% de crescimento. Além do M&A (456 mega) do ano passado que traz mais 12%. Esses ativos entrando em operação, começamos a desalavancar, em função do crescimento de Ebitda da companhia", disse, projetando R$ 850 milhões adicionais para o Ebitda conforme os projetos comecem a operar, quase dobrando o Ebitda de 2022, que fechou em R$ 1,2 bilhão.

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