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Preço do happy hour sobe e analistas rebaixam AmBev

Aumento do imposto acima do previsto e operações na Argentina podem afetar os negócios da gigante de bebidas

Queda na confiança do consumidor na Argentina pode afetar os volumes no país (Wikimedia Commons)

Queda na confiança do consumidor na Argentina pode afetar os volumes no país (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2012 às 11h34.

São Paulo – O aumento dos impostos sobre a cerveja e outras bebidas frias e as operações na Argentina podem afetar a gigante AmBev (AMBV4), avaliam analistas de mercado. A partir de outubro, as bebidas frias (água, cerveja, refrigerante, energéticos e isotônicos) passarão a pagar mais impostos. A estimativa da Receita Federal é de que o aumento, em média, eleve os preços em 2,85% caso seja integralmente repassado aos consumidores.

Desde o anúncio feito no dia 31 de maio, as ações da fabricante de bebidas recuaram aproximadamente 5%, enquanto o Ibovespa apresenta uma baixa menor de 0,5%. Além da mudança nos preços de referência para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasep e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o decreto estabeleceu que as tabelas agora serão atualizadas todos os anos, sempre em outubro.

Efeitos

“Acreditamos que a elevada alta ainda não está dentro das estimativas de consenso (principalmente em 2013), o que pode causar pressões de curto prazo para os resultados. Quando acoplada com a volatilidade do câmbio, Argentina e um múltiplo esticado, não vemos a relação entre risco e retorno atual como atrativa para os investidores”, destaca o Credit Suisse em uma análise assinada por Gustavo Wigman.

O analista do Itaú BBA, Alexandre Ruiz Miguel, lembra em um relatório que a notícia deve implicar em um crescimento menor dos volumes de cerveja vendidos no ano, reduzindo assim o potencial para uma forte recuperação da indústria no segundo semestre. Ele reconhece que agora será mais difícil encontrar surpresas positivas para as estimativas. A recomendação de market perform (desempenho em linha com a média do mercado) e o preço-alvo de 74 reais foram reiterados.


O Deutsche Bank diminuiu o preço-alvo das ações de 76,15 reais para 71 reais. A recomendação foi mantida em manutenção. Os analistas Jose Yordan e Rebeca Sanchez Sarmiento relatam que em uma visita recente à Argentina encontraram um ambiente deteriorado e que pode afetar as vendas no país.

O banco ressalta que várias fontes estimam uma queda dos volumes entre 7% a 8%. A Argentina responde por 10% das vendas da empresa, segundo estimativas do Deutsche. A AmBev não separa as receitas dos países da divisão da América Latina Sul.

Ponto positivo

Há, contudo, a possibilidade de a AmBev utilizar a mudança nos impostos a seu favor. A empresa poderia postergar o aumento de preços, pois impactaria ainda mais seus concorrentes e culminaria na possibilidade de ganho de participação de mercado, destaca o analista Renato Prado, da Fator Corretora.

“Permanecemos otimistas com as perspectivas para a companhia principalmente em função do potencial de crescimento de consumo no mercado interno, notadamente em relação ao potencial mercado de cervejas premium e super premium, apesar das perspectivas desafiadoras no curto prazo”, avalia Prado. A recomendação da Fator continua em compra, mas o preço-alvo está em revisão. 

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