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Petrobras (PETR4): mesmo com balanço e dividendos dentro do esperado, mercado se divide. Por quê?

Apesar da queda no pregão de hoje, analistas apontam que os resultados do 3T23 foram sólidos e dentro do esperado

Petrobras (PETR4): petrolífera divulgou o balanço do terceiro trimestre e o pagamento de dividendos e JCP (SOPA Images/Getty Images)

Petrobras (PETR4): petrolífera divulgou o balanço do terceiro trimestre e o pagamento de dividendos e JCP (SOPA Images/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 13h06.

Última atualização em 10 de novembro de 2023 às 14h33.

O balanço da Petrobras (PETR4), divulgado na noite da última quinta-feira, 9, tem dividido o mercado. A estatal reportou um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões no terceiro trimestre, 42,2% a menos do que há um ano. De um lado, analistas apontam que os números ficaram em linha com as projeções, de outro, investidores reagem de maneira que os papéis da companhia operam no campo negativo do pregão de hoje.

Um pouco antes das 13h, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras operavam com quedas de 0,21% e 0,32%, respectivamente. Por outro lado, o Ibovespa subia 1,16%.

Mas apesar da queda na sessão de hoje, analistas apontam que os resultados foram sólidos e dentro do esperado. Como aponta o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), em relatório, o Ebitda ajustado da Petrobras subiu 15% em relação ao trimestre anterior, alcançando a marca de US$ 13,6 bilhões, número que é apontado como reflexo da alta de 9% na produção e vendas do período. 

“Se não fossem as despesas exploratórias acima ao esperado, de US$ 484 milhões (decorrentes de perdas com blocos economicamente inviáveis), o Ebitda teria sido um pouco maior”, dizem os analistas. Além disso, o relatório pontua que embora o lucro tenha caído frente ao mesmo período do ano passado, o indicador ficou 11% acima do estimado pelo banco, com efeitos (prejuízos) cambiais abaixo do esperado.

De olho no novo plano estratégico

Mas se de um lado o balanço do terceiro trimestre da Petrobras ficou em linha com as estimativas, por outro uma incógnita está no radar dos analistas: o novo plano estratégico. Para a Genial Investimentos, esse é o “maior risco de curto prazo” da companhia. Segundo os analistas da casa, o novo PE poderá “não apenas incrementar o volume esperado atual de investimentos (US$ 78 bilhões 2023-2026), como ter um foco maior em transição energética — que não julgamos um negócio tão interessante quanto o segmento de Exploração & Produção do ponto de vista de geração de valor”.

O receio se refere ao percentual do novo valor para investimentos focados em negócios de transição energética e sobre como esse processo deverá afetar a distribuição de dividendos. “Lembrando que a fórmula atual é de 45% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos, desde que a dívida fique abaixo de US$65 bilhões. Sendo assim, preferimos nos manter conservadores e esperar o evento mencionado”, dizem os analistas.

Em contrapartida, o BTG destaca que, mesmo enxergando com “grande cautela” as medidas anunciadas, acredita que a Petrobras vai continuar sendo capaz de realizar pagamentos extraordinários de dividendos. “A empresa muitas vezes acaba investindo menos do que o previsto. Nos últimos seis anos, os investimentos foram, em média, 25% inferiores ao previsto.”

E os dividendos da PETR4?

Falando em dividendos, além do balanço, a Petrobras aprovou pagamento de R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), o que equivale a R$ 1,34 por ação. Esse foi o primeiro anúncio de remuneração aos acionistas desde a mudança na política de proventos e o valor ficou um pouco abaixo das projeções feitas pelo Itaú BBA, que era de R$ 1,47 por papel.

Em relatório, o banco explica que, pela política de remuneração, o fluxo de caixa livre foi calculado pela seguinte fórmula: fluxo de caixa operacional (R$ 56,5 bilhões) menos investimentos (R$ 15,5 bilhões) e participações societárias (R$ 22 milhões). “A Petrobras pagará 45% deste valor aos acionistas, após ser reduzido pelo valor das ações recompradas no terceiro trimestre, de R$ 974 milhões.”

Já os analistas do BTG, ao ponderarem sobre a perspectiva dos dividendos da PETR4, destacam que as fusões e aquisições, junto aos potenciais acordos fiscais (CARF), poderão reduzir os pagamentos extraordinários. “Mas a nossa visão continua otimista em relação à tese, sustentada pela capacidade da empresa de continuar a gerar mais dinheiro do que investe/gasta”, dizem. 

Recomendação da Petrobras

Mais uma vez a Petrobras segue dividindo opiniões — e recomendações. Apontando a estatal como uma “máquina de geração de caixa”, os analistas do BTG Pactual mantém a recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo a 39.

Por outro lado, a Genial Investimentos e o Itaú BBA estão mais cautelosos com a petrolífera. O primeiro tem a recomendação de manter, com preço a R$ 38. Já o segundo, tem recomendação neutra, também com preço-alvo a R$ 38 para as ações da Petrobras

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