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Oferta de ações da CVC já está em R$ 500 milhões, dizem pessoas próximas à operação

No dia 14, companhia anunciou a oferta de 83,3 milhões de ações, que poderia dobrar de tamanho por lote adicional; preço fixado será divulgado nesta quinta

CVC usará parte dos recursos para pagar credores (CVC/Divulgação)
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 21 de junho de 2023 às 21h18.

Última atualização em 23 de junho de 2023 às 09h40.

A oferta subsequente de ações da CVC (CVCB3) já chegou a R$ 500 milhões, de acordo com pessoas próximas à operação. Se confirmado, o valor indica que houve demanda por ações adicionais da empresa de turismo, que deve divulgar amanhã o preço fixado por ação.

Pessoas com conhecimento da operação afirmam que no começo da semana, a oferta já teria chegado a R$ 250 milhões. Nesta quarta-feira, somou os R$ 500 milhões. Isso corresponderia à cotação de R$ 3 por ação acordada entre Opportunity, atual maior acionista (cerca de 20% do capital social), e o fundo GJP, da família Paulus, fundadora da CVC, para o investimento de R$ 75 milhões.

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Os Paulus não estão participando do processo de formação de preço com outros investidores, mas têm a opção e não a obrigação de integralizar a oferta caso o valor por papel seja superior a R$ 3. É justamente no aumento do valor por ação que os bancos coordenadores, Citi e Itaú, têm trabalhado agora, apurou a EXAME Invest. Nesta quarta-feira, o papel fechou negociado a R$ 3,97 - ou seja, se a oferta sair a R$ 3, isso representaria um desconto de 24% considerando a mais recente cotação.

A possibilidade de aumento da cotação, no entanto, está longe de indicar uma desistência de investimento dos Paulus, que podem até mesmo fazer um aporte maior, de acordo com pessoas próximas. Na prática, pai e filho já estão influenciando as decisões da companhia: o novo CEO, Fabio Godinho, é um nome de confiança de Guilherme e Gustavo Paulus e várias pessoas que já trabalharam com a família têm assumido cargos na diretoria das unidades de negócio.

Como é a oferta da CVC

No último dia 14, a companhia anunciou a oferta de 83,3 milhões de ações, que poderia dobrar de tamanho por um lote adicional. Naquele dia, o papel estava negociado a R$ 4,10, o que daria pouco mais de R$ 683 milhões em caso de oferta máxima de papéis.

A oferta ainda trouxe como diferencial um bônus de subscrição de 2 para 1 para cada acionista, com o direito de comprar novos papéis em novembro com um desconto de 10% sobre o preço médio dos últimos 15 pregões na B3. Cálculos do JPMorgan indicam que isso poderia colocar entre R$ 150 milhões e pouco mais de R$ 300 milhões extras no caixa da CVC.

Independentemente disso, ao menos R$ 124 milhões já devem ter destino certo: pagar a primeira parcela da dívida da companhia com debenturistas, que foi renegociada e diluída em parcelas com vencimento até o quarto trimestre de 2026. Antes da negociação, a empresa tinha R$ 655 milhões vencendo já neste mês.

O restante dos recursos devem reforçar o caixa e ajudar a companhia em seu plano de reestruturação. De acordo com pessoas próximas à operação ouvidas pela EXAME Invest, o objetivo é que a empresa volte às bases do seu negócio original, com mais vendas em lojas e pacotes para grandes grupos de turistas em destinos populares para os brasileiros, como o litoral nordestino e Bariloche.

Procurada pela reportagem, a companhia afirmou que não iria comentar.

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