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"Não monte banco, monte FIDC": como essa gestora quer mudar o crédito de médios e grandes negócios

Ouro Preto Investimentos aposta em FIDC sob medida para companhias com faturamento a partir de R$ 200 milhões

João Baptista Peixoto Neto, sócio-fundador da Ouro Preto Investimentos: "Agora, uma nova geração de montadoras está chegando, especialmente as chinesas, e elas não precisarão mais montar bancos. Elas vão criar FIDCs" (Ouro Preto Investimentos/Divulgação)

João Baptista Peixoto Neto, sócio-fundador da Ouro Preto Investimentos: "Agora, uma nova geração de montadoras está chegando, especialmente as chinesas, e elas não precisarão mais montar bancos. Elas vão criar FIDCs" (Ouro Preto Investimentos/Divulgação)

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 12h34.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 16h23.

Magazine Luiza, Riachuelo e Mercado Livre são algumas das empresas fora do mercado financeiro que construíram seus próprios bancos para impulsionar suas operações.

A fidelização dos clientes e a facilitação do acesso a crédito para a compra de seus produtos estão entre os benefícios de montar essa estrutura. Por outro lado, os altos custos para montar a operação e a demora na obtenção de licença podem desencorajar essa estratégia. Pensando nessas dificuldades, a Ouro Preto Investimentos decidiu abrir uma linha de FIDCs sob medida para qualquer empresa que queira oferecer crédito, seja para clientes, fornecedores ou até funcionários.

"As grandes montadoras, como Honda, Volkswagen e Fiat, montaram bancos para oferecer crédito na compra de veículos. Agora, uma nova geração de montadoras está chegando, especialmente as chinesas, e elas não precisarão mais montar bancos. Elas vão criar FIDCs", afirmou João Baptista Peixoto Neto, sócio-fundador da Ouro Preto Investimentos.

Com R$ 10 bilhões sob administração, a Ouro Preto estruturou 300 FIDCs ao longo de seus 14 anos de mercado e agora aposta nessa estrutura personalizada como um diferencial em um mercado cada vez mais competitivo.

Nos primeiros oito meses do ano, foram criados 327 FIDCs, representando um aumento de 13,7%. A classe também continua firme em volume de captação, com saldo positivo de R$ 83 bilhões no ano, superando o total captado nos últimos dois anos.

Operação em até 60 dias e sem capital próprio

Peixoto Neto destaca que o modelo já está sendo utilizado por uma concessionária de motos. "Criamos uma operação de crédito por meio de um FIDC para financiar o cliente que deseja comprar uma moto." Ele afirma que o cenário continua positivo para captação e, dependendo da empresa, é possível montar o FIDC apenas com recursos do mercado.

O foco da Ouro Preto é em médias e grandes empresas, com faturamento a partir de R$ 200 milhões. "Antes, era preciso ser gigante para ter um banco. Hoje, conseguimos oferecer serviços semelhantes de forma bem mais simplificada."

"Se for uma empresa boa, nós conseguimos captar com o mercado. As vezes a empresa não quer ficar exposto ao risco de crédito, mas quer dar crédito para o fornecedor ou consumidor", diz o sócio-fundador da Ouro Preto.

A estimativa é de que entre o primeiro contato para a criação do FIDC e o início da oferta de crédito demore de 30 a 60 dias, enquanto o processo de se montar um banco pode levar anos. Todo o controle de risco, no caso, é feito pela Ouro Preto.

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