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Carrefour (CRFB3) tem prejuízo de R$ 565 milhões no 4T23, mas ações sobem mais de 11% no Ibovespa

A varejista reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 565 milhões frente a um resultado positivo de R$ 426 milhões um ano antes

Ações do Carrefour estão entre as maiores altas do Ibovespa desta terça-feira (Germano Lüders/Exame)

Ações do Carrefour estão entre as maiores altas do Ibovespa desta terça-feira (Germano Lüders/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 13h19.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2024 às 18h20.

As ações do Carrefour (CRFB3) ficou entre as maiores altas do Ibovespa desta terça-feira, 20. Na véspera, a varejista reportou os seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2023, que apontaram para um prejuízo líquido consolidado de R$ 565 milhões, frente a um montante positivo de R$ 426 milhões um ano antes. Ainda assim, no fechamento, os papéis da companhia subiram 11,16%.

Na avaliação do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), o balanço do Carrefour foi afetado por eventos não-recorrentes que “poluíram” os resultados. Ainda assim, os analistas do banco pontuam que os números da varejista devem permanecer sob pressão no curto prazo, vista a integração com o Grupo Big e os custos de financiamento, que seguem elevados.

“Como nos últimos trimestres, os resultados do 4T23 novamente mostraram uma tendência de enfraquecimento — apesar de alguma melhoria, principalmente em custos de vendas, gerais e administrativos (SG&A). Esperamos tendências gradualmente melhores nos próximos trimestres, apoiadas pelos esforços do CRFB3 para otimizar seu portfólio de lojas e pelo recente aumento na inflação alimentar”, dizem os analistas do BTG.

Carrefour no 4T23

Ainda em relatório, os analistas destacam que a margem bruta de Cash&Carry do Carrefour foi de 15,9% no período, o que representa um ganho de 60 pontos base ano a ano, que teve como base as melhores negociações com fornecedores e maiores vendas B2C. Além disso, um destaque positivo foi a SG&A que ficou 30 p.b. menor, levando a uma margem de Ebitda ajustada de 7,2% (resultando em 90 p.b. anual e em linha com as estimativas do banco).

Já o Ebitda ajustado consolidado, excluindo os R$ 1,1 bilhão de itens não-recorrentes no período, totalizou R$ 1,8 bilhão (12% acima das estimativas), implicando uma margem de Ebitda ajustada de 6,3%, queda de 30 p.b anual, porém 50 p.b. acima das projeções do BTG. “O resultado financeiro totalizou R$ 758 milhões negativos frente a R$ 790 milhões negativos no 4T22, refletindo custos de financiamento mais altos embora compensados por um ganho de R$ 55 milhões da exclusão de despesas financeiras relacionadas a provisões revertidas. O resultado final foi um prejuízo líquido consolidado de R$ 565 milhões ou um ganho de R$ 520 milhões quando ajustado para os eventos únicos (-R$ 1,1 bilhão).”

Ajustes trimestrais

Entre os ajustes trimestrais que o Carrefour adotou ao longo do quarto trimestre do ano passado, houve a revisão do portfólio de lojas da varejista, que levou ao fechamento de 11 supermercados. Outros 93 locais tiveram suas atividades encerradas em janeiro (16 hipermercados e 77 supermercados). “Em linha com seu plano anunciado durante o Investor Day, em novembro.”

Para este ano até 2026, ainda está prevista a conversão de cerca de 40 hipermercados em lojas Atacadão e Sam's Club. O objetivo é alcançar um Ebitda adicional entre R$ 10 a R$ 15 milhões ao ano por loja. Além disso, o total de lojas fechadas deve alcançar um montante de 123 locais, sendo 16 hipermercados, 94 lojas Todo Dia e 13 lojas Nacional e Bom Preço.

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