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Multiplus e Smiles podem ter novo amigo na Bolsa

Programa de fidelidade da companhia aérea Avianca vem ganhando espaço no mercado, e empresa diz estar "aberta a oportunidades"

Interior de aeronave da Avianca: programa "Amigo" ganha espaço no mercado (Wikimedia Commons)

Interior de aeronave da Avianca: programa "Amigo" ganha espaço no mercado (Wikimedia Commons)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 24 de maio de 2016 às 11h22.

Última atualização em 14 de março de 2017 às 21h13.

São Paulo - Ganhando cada vez mais espaço em um segmento promissor no país, o programa de fidelidade "Amigo", da companhia aérea Avianca, pode ter ações listadas na Bovespa, mas a abertura de capital não é iminente, segundo o Santander.

Em relatório divulgado a clientes na última sexta-feira (20), os analistas Henrique Navarro, Bruno Mendonça e Renanta Cabral citaram o crescimento de 50% no número de membros do "Amigo" nos últimos dois anos, para 3,5 milhões.

Eles também mencionaram como pontos positivos o fato de a Avianca ter se tornado membro da Star Alliance (aliança global de companhias aéreas) e o fato de ela ter aumentado seus resgates não vinculados às companhias aéreas para aproximadamente um terço das operações.

"Mas [o programa 'Amigo'] ainda tem apenas cerca de 2% de participação de mercado em resgates; portanto, é muito cedo para realizar um IPO, em nossa opinião", disseram os analistas, que participaram de uma reunião com o responsável pelo programa da Avianca.

"O CEO do Amigo mencionou na reunião que o programa está considerando um IPO no futuro; portanto, 'Amigo' está no processo de se separar da Avianca a fim de melhorar a governança corporativa e facilitar um possível IPO", afirmou o banco em relatório.

Em entrevista a EXAME.com, Tarcísio Gargioni, vice-presidente comercial, de marketing e cargas da Avianca Brasil, responsável pelo programa "Amigo", disse que "não há nada de concreto sobre o processo que foi mencionado pelo Santander".

O executivo afirmou ainda que "a companhia está sempre aberta a oportunidades".

Aliados

De acordo com o Santander, a criação de parcerias estratégias entre os programas de fidelidade e os grandes bancos têm alterado a dinâmica do setor positivamente.

Os analistas avaliaram que o cenário atual é deferente do que ocorria no passado, quando "era quase impossível" para um grande banco do país não oferecer os benefícios do Multiplus ou Smiles para seus clientes, já que TAM e Gol detinham juntas cerca de 90% do mercado.

"Mas atualmente, com Azul e Avianca ganhando espaço (participação de mercado combinada de 28%), acreditamos que um mercado mais fragmentado pode criar uma situação na qual um banco irá firmar parceria com um programa de fidelização específico", disseram.

É o que aconteceu nos EUA devido ao maior número de companhias aéreas (principalmente regionais) e bancos. "Se isso acontecer, esperamos que os volumes para a Multiplus e Smiles sejam reduzidos."

Para o Santander, Smiles e Multiplus esperariam esse cenário acontecer e reduziriam os preços por milha a fim de manter seu relacionamento com todos os bancos.

Preços

O programa de fidelidade com o menor preço por milha (a ser pago pelos bancos), atualmente, é o da Azul (Tudo Azul), seguido pelo "Amigo", da Avianca, Smiles (Gol) e Multiplus (TAM). Alguns anos atrás, o Smiles tinha os menores preços.

"Nossa conclusão é que os bancos promoveram de maneira bem-sucedida a entrada de marcas de participação de mercado menores (Azul e 'Amigo') com o objetivo de forçar para baixo os preços para a Smiles e Multiplus", disseram os analistas.

Para eles, a Livelo, programa de fidelidade de Banco do Brasil e Bradesco, deve utilizar seu poder de barganha para pressionar os preços sobre os programas de fidelidade.

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