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Inter: crise bancária nos EUA não preocupa operação do banco digital no exterior

Helena Caldeira, CFO do Inter, reforça que a instituição está monitorando os desdobramentos do caso

Helena Caldeira, CFO do Inter: banco alcançou marca de R$ 26 milhões de clientes no 1º tri (Inter/Divulgação)

Helena Caldeira, CFO do Inter: banco alcançou marca de R$ 26 milhões de clientes no 1º tri (Inter/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 19 de maio de 2023 às 12h54.

O Inter (INBR31) acredita que sua operação nos Estados Unidos não deve ser afetada pela crise que nos últimos meses atingiu os bancos médios americanos. “Qualquer crise precisa de monitoramento, mas [a atual] não nos preocupa”, afirmou Helena Caldeira, CFO do Inter, em entrevista à EXAME Invest.

O segmento de bancos regionais vem sofrendo desde a falência do Silicon Valley Bank (SVB) em março, e analistas ainda debatem se a crise chegou ao fim ou se está apenas em uma pausa. A alta taxa de juros expôs problemas de alocação e concentração da base de clientes que, no limite, levaram alguns bancos regionais à falência.

São pontos que não atingem o Inter, na avaliação da CFO. “Temos uma operação ainda muito focada em clientes brasileiros, com uma base altamente pulverizada tanto aqui quanto lá fora. É algo que nos dá robustez no campo dos depósitos”, disse.

A operação internacional do Inter começou no início do ano passado, com a aquisição da Usend. Atualmente são 1,4 milhão de clientes na conta global. O banco digital chegou à marca de 26,3 milhões de clientes no primeiro trimestre do ano – alta de 41,5% em comparação com o mesmo período de 2022.

Balanço do Inter no 1º tri

No início do mês, o Inter apresentou seu balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$ 24,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 28,8 milhões apurado no mesmo período do ano passado. Na comparação trimestral, o lucro caiu 16%.

A rentabilidade do Inter, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), subiu 2,7 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual, para 1,4%. Frente ao último trimestre, o ROE caiu 0,3 p.p. A rentabilidade é o grande foco do Inter, que este ano anunciou a meta ambiciosa de alcançar o patamar dos 30% de ROE ao longo dos próximos cinco anos.

A estratégia para alcançar a meta é focar na eficiência de custo e na maximização da receita dentro da própria base, com reprecificação da carteira de crédito, que vem ficando mais rentável nas novas safras de clientes. A ARPAC (receita média mensal por cliente ativo), foi de R$ 45,9 – queda de 2% frente ao último trimestre e alta de 0,6% na comparação anual.

"Temos bons produtos já desenvolvidos e está na hora da gente capturar esses resultados, gerando cada vez mais receita e conseguindo trazer bastante eficiência na parte de custos", afirmou Caldeira.

A receita bruta do Inter alcançou R$ 1,8 bilhão no primeiro trimestre, um aumento de 6% em relação ao trimestre anterior e uma alta de 41% na comparação anual. Já a receita líquida do foi de R$ 1,024 bilhão, alta de 22,9% frente ao mesmo período do ano anterior. 

Na frente das despesas, foram R$ 596 milhões no trimestre, alta de 7% na comparação anual, e queda de 13% frente ao último trimestre. Nos últimos três meses, o Inter reduziu a equipe em 300 postos, de 4 mil para 3,7 mil pessoas. “É um movimento tático para ajustar a estrutura ao que queremos entregar para trazer leveza e agilidade pros nossos processos”, comentou Caldeira.

Carteira de crédito e inadimplência

A carteira de crédito bruta do Inter chegou subiu a R$ 25,1 bilhões no trimestre, alta de 36% na comparação anual e de 5% frente ao último trimestre. A maior parcela das operações, de 29%, está associada ao cartão de crédito. Na sequência o crédito imobiliário responde por 26% da carteira, seguido pelo consignado, com 20%.

A inadimplência acima de 90 dias ficou estável em 4,6% nos últimos 12 meses, com leve alta de 0,1 p.p. em relação ao trimestre anterior.

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