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Na contramão do exterior, Ibovespa sobe e retoma 133 mil pontos

Desaceleração na inflação mostrada no IPCA-15 reduz juros longos e dá força à bolsa

 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

(Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 27 de março de 2025 às 10h22.

Última atualização em 27 de março de 2025 às 17h27.

O Ibovespa encerrou quinta-feira, 27, em alta de 0,48%, a 133.149 pontos. Com um desempenho na contramão dos mercados internacionais, nos quais as tarifas impostas sobre importações de automóveis por Trump pesaram sobre o humor, no Brasil os investidores reagiram principalmente à queda nos juros futuros com os dados de inflação mostrando desaceleração e expectativa menor de PIB pelo Banco Central.

O dólar por sua vez operou em leve alta ao longo de todo o dia também na contramão do DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de moedas. A moeda americana avançou 0,36% e retomou a casa dos R$ 5,75.

Ibovespa hoje

  • IBOV: 0,48%, 133.149 pontos
  • Dólar hoje: R$ 5,7533, alta de 0,36%

Hoje, o Banco Central (BC) revisou para baixo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, passando de 2,1% para 1,9%. A alteração foi anunciada no Relatório de Política Monetária divulgado nesta manhã. A mesma publicação também elevou de 50% para 70% a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano.

No cenário da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou uma alta de 0,64% em março, acumulando 5,26% nos últimos 12 meses, um pouco abaixo da expectativa do mercado.

O noticiário político também ganhou atenção, com a pesquisa do instituto Futura Inteligência, divulgada na quarta-feira, 26, mostrando um aumento na avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alcançou 52,6%, enquanto a avaliação positiva caiu para 26,8%.

Além disso, o mercado repercute o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de novas tarifas para a importação de automóveis, que entram em vigor no começo de abril. A medida, que prevê uma sobretaxa de 25% para carros, picapes e algumas autopeças, tem gerado tensões e incertezas no setor automotivo global.

Temporada de resultados

Nesta quinta-feira, sete empresas divulgam seus balanços, incluindo Ambipar (AMBP3), Dimed (PNVL3), Dotz (DOTZ3), Even (EVEN3), Gafisa (GFSA3), Ser Educacional (SEER3) e Tupy (TUPY3).

Mercados internacionais

As bolsas asiáticas encerraram o pregão sem direção definida. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,6%, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,39%. Na China, o CSI 300 avançou 0,33%, e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,41%. Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 registrou queda de 0,38%.

Na Europa, os mercados fecharam em baixa, pressionados pelas novas tarifas de Trump. O índice Stoxx 600 recuou cerca de 0,44%, com o setor automotivo europeu sendo o mais impactado.

Nos Estados Unidos, num pregão instável, os principais índices parecem firmaram uma tendência de baixa nesta tarde, com tanto o S&P  500 e o Nasdaq recuando cerca de 0,5%.

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