Petrobras: Os investidores acompanham de perto a eleição do conselho (YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 25 de abril de 2023 às 08h11.
O governo brasileiro planeja seguir com a indicação de nomes que não foram aprovados nas auditorias internas da Petrobras para compor o conselho da estatal, segundo pessoas a par do assunto.
O Ministério de Minas e Energia (MME) busca avaliar as consequências legais antes de avançar com os candidatos na assembleia de acionistas marcada para 27 de abril, disse uma das pessoas, que assim como as demais fontes ouvidas pela Bloomberg pediu para não ser identificada por se tratar de deliberações do governo. A Petrobras declinou pedido de comentário sobre o assunto. O ministério não respondeu imediatamente.
Os investidores acompanham de perto a eleição do conselho e estão preocupados que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva passe a minar as regras de governança interna da Petrobras para ter mais liberdade para intervir em suas decisões de negócios. Lula tem pressionado a Petrobras a perseguir metas que ele defendeu, como baixar o preço dos combustíveis e aumentar os investimentos em refino, que não são tão rentáveis quanto a produção de petróleo.
Os três candidatos que o governo pretende apoiar são: Pietro Mendes, candidato à presidência do conselho de administração, considerado inelegível pela atual diretoria da Petrobras por causa de potencial conflito de interesses, segundo documento de 13 de abril; e Sérgio Rezende e o secretário executivo do ministério de MME Efrain Pereira da Cruz, considerados inelegíveis por ligações políticas recentes. O candidato Renato Galuppo, indicado de forma suplementar, também foi rejeitado pela Petrobras.
Mendes é secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME. A Comissão de Valores Mobiliários também considerou Mendes e Rezende inelegíveis.
O governo passado, de Jair Bolsonaro, também indicou (e elegeu) membros do conselho que não passaram nas verificações internas de antecedentes, em um momento em que pressionava a Petrobras a conter os preços dos combustíveis. A decisão dos acionistas em uma assembleia é soberana no Brasil.