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Gestor prevê Ibovespa em até 270.000 pontos. Em dólares

Para Henrique Bredda, sócio e gestor da empresa de investimentos Alaska, a maioria dos investidores está apavorada e perdendo oportunidade de compra

Bolsa: investimentos em ações estão muito baixos, o que tende a mudar (Germano Luders/Site Exame)
GN

Giuliana Napolitano

Publicado em 31 de agosto de 2018 às 11h01.

Última atualização em 31 de agosto de 2018 às 12h20.

São Paulo — O Brasil está iniciando uma trajetória de recuperação que deve continuar, independentemente de quem for eleito presidente. O próximo ciclo econômico será favorável ao país, o que pode levar o Ibovespa a ficar entre 135.000 e 270.000 pontos, em dólares, num período de quatro a seis anos. O índice fechou em 18.273 pontos, em dólares, ontem – o equivalente a 76.404 pontos em reais.

A opinião é de Henrique Bredda, sócio e gestor da empresa de investimentos Alaska, que tem como sócio Luiz Alves Paes de Barros, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira. Nos últimos dois anos, o desempenho da Alaska impressionou. O principal fundo da casa, o Alaska Black, de ações, rendeu 93%, o triplo do Ibovespa no período. Neste ano, porém, o fundo está com desempenho pior – perdeu 17% apenas em agosto, até o dia 30, e 6% no acumulado de 2018. Mas Bredda segue otimista.

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“Estamos num ponto em que a recuperação cíclica do Brasil é evidente”, afirma o gestor. “Vemos que a maioria dos investidores está apavorada. Mas, do outro lado, está um senhor que está aproveitando o pânico para comprar”, acrescentou, referindo-se a Luiz Alves. “É muito difícil prever o que acontecerá em 2019, porque o cenário está muito nebuloso, mas a tendência de mais longo prazo é de alta da bolsa.”

A previsão de Bredda se baseia em duas análises. Uma delas é a do comportamento das economias americana e mundial. Mostrando dados históricos, ele afirma que a economia brasileira começa a se recuperar quando a dos Estados Unidos está próxima do pico e a da Europa está no início da retomada – que é o que vem acontecendo agora, na sua avaliação.

Outra análise é a dos preços das commodities. Para o gestor, os preços continuarão subindo, o que é benéfico para a economia doméstica e também para a bolsa, que tem muitas empresas de commodities. “Estamos iniciando uma trajetória de retomada”, afirmou, durante um evento da assessoria financeira Criteria, ligada à XP, em São Paulo, na última quinta-feira.

Outro fator que deve beneficiar a bolsa, na opinião de Bredda, é o fato de os investimentos em ações estarem muito baixos, o que tende a mudar. Segundo ele, atualmente, apenas 9% do patrimônio dos fundos está aplicado na bolsa, abaixo da média de 13% dos últimos anos. “Só para voltar á média, a alocação teria de subir cerca de 50%”.

Sobre o fato de o aumento de juros nos Estados Unidos ter o potencial de prejudicar os mercados emergentes, ele voltou aos dados históricos para mostrar que isso não aconteceu na maioria das vezes no passado. “Daqui para a frente, o dólar não deve continuar valorizando de forma expressiva. Os Estados Unidos são a primeira locomotiva do ciclo de recuperação da economia mundial. Boa parte da alta do dólar já aconteceu”, afirmou.

Entre as principais ações do fundo, estão a varejista Magazine Luiza – responsável por boa parte do rendimento dos últimos anos – e também produtoras de commodities e companhias ligadas a esse setor, como Vale, Petrobras, Suzano, Braskem e Rumo. “É claro que haverá altos e baixos, em todos os mercados, mas a tendência está clara para nós.”

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