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Fim de uma era? TGI Fridays prepara recuperação judicial nos EUA

Rede icônica de restaurantes enfrenta dificuldades financeiras e pedi proteção contra credores

Sinal de alerta para TGI Fridays: rede de restaurantes conhecida por happy hours enfrenta dificuldades financeiras e se prepara para possível pedido de falência nos Estados Unidos.

Sinal de alerta para TGI Fridays: rede de restaurantes conhecida por happy hours enfrenta dificuldades financeiras e se prepara para possível pedido de falência nos Estados Unidos.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 15h47.

A tradicional rede de restaurantes TGI Fridays está se preparando para pedir recuperação judicial, segundo informações do The Wall Street Journal. A empresa, com sede em Dallas, Texas, estuda pedir proteção no Capítulo 11, um processo que permite reestruturação de dívidas, o que pode acontecer nos próximos dias em um tribunal texano, embora o plano ainda possa ser postergado ou cancelado. No Brasil, a SouthRock, masterfranqueada de TGI Friday, também está em recuperação judicial.

Enfrentando uma série de desafios financeiros, TGI Fridays vem sofrendo com a perda de clientes nos EUA e outros mercados, onde o gosto dos consumidores se voltou para opções mais modernas e variadas. Desde o início de 2023, a empresa fechou dezenas de estabelecimentos na tentativa de estabilizar suas finanças, enquanto, em setembro deste ano, uma negociação para venda da companhia para sua franqueada do Reino Unido fracassou. A situação ficou ainda mais crítica em junho, quando o auditor independente da rede alertou sobre a falta de capital para cumprir suas obrigações financeiras.

O TGI Fridays, fundado em 1965 pelo restaurateur Alan Stillman, rapidamente se tornou uma referência em bares e espaços de encontro social. Com um conceito inovador para a época, o primeiro restaurante foi inaugurado em Manhattan e se destacou como um dos primeiros bares voltados para solteiros. Logo, o conceito de decoração recheada de memorabilia e ambiente descontraído se espalhou por aeroportos e outras cidades ao redor do mundo. No entanto, nos últimos anos, o TGI Fridays foi perdendo sua força nos Estados Unidos, enquanto os consumidores se dirigiam para estabelecimentos mais contemporâneos.

A queda no tráfego de clientes e a desaceleração das visitas aos restaurantes estão afetando várias redes de restaurante nos EUA. De acordo com dados da empresa de pesquisa Black Box Intelligence, cadeias de restaurantes tradicionais, como o TGI Fridays, foram especialmente prejudicadas, sofrendo mais que a média do setor. Em 2022, a empresa registrou vendas de US$ 728 milhões (cerca de R$ 4,2 bilhões), uma queda de 15% em relação ao ano anterior, conforme dados da firma de pesquisa Technomic.

Restaurantes fechados

A empresa fechou 36 unidades com desempenho abaixo do esperado ao longo deste ano nos Estados Unidos, oferecendo transferências para centenas de funcionários afetados. E, nas últimas semanas, uma nova rodada de fechamentos de lojas foi iniciada.

Em 2017, o TGI Fridays assinou um acordo financeiro conhecido como securitização de negócios, onde as receitas da rede – especialmente as geradas por royalties dos franqueados – foram usadas como garantia para emitir títulos de dívida. Outras redes de restaurantes também adotaram essa estrutura, que funciona desde que a receita gerada pelos franqueados seja estável e suficiente para pagar os investidores. Entretanto, a pandemia dificultou o foco da marca em reformular o conceito de bar e revitalizar a experiência de marca, que era uma das principais metas da empresa à época.

Para tentar reforçar sua estabilidade, a rede firmou um acordo com a operadora britânica Hostmore, a maior franqueada da marca fora dos EUA, que pretendia adquirir a TGI Fridays por US$ 220 milhões (cerca de R$ 1,26 bilhão). O plano era revitalizar a rede, estabilizar as finanças e listá-la no mercado britânico, mas o acordo foi cancelado em setembro.

Em seu último relatório, TGI Fridays registrou vendas globais de aproximadamente US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 8,06 bilhões), porém, as dificuldades financeiras e a retração de clientes colocam em risco o futuro da marca.

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