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Fed sobe taxa de juro dos EUA em 0,50 p.p., para o maior patamar desde 2007

Apesar de manter trajetória, decisão é mais branda e já era esperada pelo mercado

Jerome Powell, presidente do Fed, sinalizou diminuição no ritmo de alta da taxa de juros (Mark Wilson/Getty Images)

Jerome Powell, presidente do Fed, sinalizou diminuição no ritmo de alta da taxa de juros (Mark Wilson/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 16h02.

Última atualização em 14 de dezembro de 2022 às 19h07.

O Fomc, comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos, elevou a taxa de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) para o intervalo entre 4,25% e 4,5% – o nível mais alto desde 2007.

O ajuste marcou a redução do ritmo de alta de juros após o banco central americano ter elevado sua taxa em 0,75 p.p. por quatro vezes seguidas.

A decisão foi unânime, e a magnitude mais branda da alta de juros já era esperada pelo mercado após dados mais brandos da inflação.

A inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro foi de 7,1%, abaixo da expectativa de analistas que esperavam um CPI de 7,3%. O número também já decaiu do pico em junho, onde a inflação atingiu 9,1%.

O Fomc também revisou suas projeções medianas, elevando o juro de 2023 de 4,6% para 5,1% e o juro de 2024 de 3,9% para 4,1%. "As projeções de juros Fomc para 2023 estão 0,8 p.p. acima da precificação de mercado, de 4,3%. Um resultado hawkish [favorável a juros mais altos], mas esperado", avaliam, em nota, os analistas do BTG Pactual.

"O Comitê antecipa que os aumentos em curso na faixa da meta serão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", informou o Fomc em documento com a decisão.

O Fomc já sinalizou que novas altas de juros estão no radar -- a grande questão é de qual será o ritmo da alta seguinte.

"O Comitê estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surgissem riscos que pudessem impedir o alcance de suas metas", diz o documento.

Logo após a divulgação da decisão, o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, trouxe alívio momentâneo ao mercado. Powell sinalizou que o ritmo de alta de juros deve diminuir a partir de fevereiro, o que acalmou os mercados. Como a alta de hoje foi de 0,5 p.p., abre-se a possibilidade para uma elevada ainda menor, de 0,25 p.p., na próxima reunião.

“O discurso de Powell foi duro, porém sinalizou que o comitê tem vontade de diminuir o ritmo de alta de juros cada vez mais. A possibilidade de alta de 0,25p.p. na próxima reunião e não mais 0,5 p.p. trouxe alívio para as bolsas americanas, mas, o tom duro ainda impera”, avaliou Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.

A fala de Powell, no entanto, não conseguiu segurar o clima negativo em Wall Sreet e as principais bolsas encerraram o dia em queda.

Leia também: O pior passou? Inflação americana fica abaixo do esperado em novembro e dá alívio ao mercado

 

 

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