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Eletrobras cai 6% após Pacheco dizer que privatização não é prioridade; Vale sobe

Confira os principais destaques de ações desta quinta-feira

Eletrobras: lei que viabiliza privatização foi publicada em julho de 2021. (Dado Galdieri/Bloomberg)

Eletrobras: lei que viabiliza privatização foi publicada em julho de 2021. (Dado Galdieri/Bloomberg)

PB

Paula Barra

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 10h53.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 18h38.

Em pregão de queda do Ibovespa, o terceiro seguido de perdas, somente 16 das 81 ações do índice fecharam em alta. Entre os destaques positivos desta quinta-feira, 21, apareceram as ações da Vale (VALE3), em sessão de alta do minério, e CSN (CSNA3), com notícia de que a companhia segue com os planos de lançar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da sua unidade de mineração. Do lado negativo, Eletrobras (ELET3; ELET6) puxou as perdas após o candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco, dizer que venda da companhia não é prioridade.

"Nosso foco são reformas, social e privatizações, mas não a da Eletrobras", disse Pacheco. O candidato acrescentou ainda que não irá se comprometer com prazos, argumentando que esse é um processo longo. Os papéis ordinários e preferenciais da companhia recuaram respectivamente 6,15% e 5,15%.

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Ainda entre as maiores perdas, apareceram as ações das construtoras Eztec (EZTC3) e Cyrela (CYRE3), com baixas de 5,64% e 5,35%, com o segundo e terceiro pior desempenho no índice.

Segundo o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, o forte noticiário dos candidatos à presidência da Câmara e Senado, com declarações recentes sobre extensão do auxílio emergencial, até agora com a possibilidade de não darem andamento na privatização da Eletrobras, coloca em xeque o futuro econômico e fiscal do país. "Como consequência, aumentam as perspectivas de vermos uma taxa de juros lá na frente mais elevada pelo risco e isso acaba pesando bastante no setor de construção, que é dependente do financiamento imobiliário", comenta.

Confira abaixo outros destaques de ações desta sessão:

Siderúrgicas

Após realização nos últimos dias, as ações da CSN (CSNA3) subiram 0,97%. Na máxima do dia, saltaram 5,5%. O movimento ocorre após notícia de que a companhia acertou o preço para seguir com a oferta pública inicial de sua unidade de mineração, conforme informações de O Estado de São Paulo, citando fontes não identificadas.

Segundo o jornal, a companhia buscará um valor de mercado entre 47,5 bilhões de reais e 63 bilhões de reais para a CSN Mineração. Ainda de acordo com o veículo de notícias, o IPO deve ser lançado oficialmente até o fim desta semana, com estreia na B3 prevista para a segunda semana de fevereiro, e pode movimentar 5,3 bilhões de reais. A oferta, diz o jornal, deve ser composta apenas por oferta secundária de ações, detidas pela CSN.

As demais siderúrgicas também encerraram o pregão no positivo. Os papéis de Usiminas (USIM5) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) tiveram altas de 0,35% e 0,18%. A exceção foi Gerdau (GGBR4), que virou para o negativo e fechou em baixa de 0,48%.

No radar, a Usiminas teve recomendação elevada de neutra para outperform, equivalente a compra, pelo Bradesco BBI. O preço-alvo é de 20,00 reais, o que implica um potencial de valorização de 42% frente ao fechamento de ontem.

Vale

A Vale (VALE3) subiu 1,13%, acompanhando o dia de alta dos preços do minério. A commodity negociada no porto chinês de Qingdao subiu 0,56%, para 171,51 dólares a tonelada.

No noticiário, a reunião da Vale hoje com autoridades de Minas Gerais novamente encerrou sem um acordo sobre a reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O governo mineiro disse que foi dado um prazo de uma semana para que a companhia apresente uma proposta sobre o valor do acordo.

O estado pede 26,7 bilhões de reais por danos materiais, além de 28 bilhões de reais para danos morais. No entanto, a mineradora não concordou com os valores. A expectativa era de que um acordo fosse fechado antes de a tragédia completar dois anos, na próxima segunda-feira, 25.

Além disso, a Vale informou que assinou acordo permitindo que a Mitsui saia da mina de carvão de Moatize, no que seria o primeiro passo para que a companhia também deixe os negócios de carvão. "A transação está em linha com o foco da companhia em priorizar seus negócios core e sua agenda ESG, empenhada em tornar-se carbono neutra até 2050 e em reduzir 33% de suas emissões de escopos 1 e 2 até 2030", diz a Vale em comunicado enviado ao mercado.

Em relatórios, analistas do BTG Pactual comentam que, no curto prazo, a companhia deve pagar 2,5 bilhões de dólares em dívidas (relacionadas ao financiamento do projeto), o que não está incorporado ao modelo que o banco tem da empresa. No entanto, dizem, embora isso possa pegar alguns investidores de surpresa, não deve acabar com a história de retorno de caixa de curto prazo da Vale.

"No final das contas, a Vale está reconhecendo um erro e trocando de marcha, o que acreditamos ser um passo na direção certa por parte desta gestão. Estamos confiantes de que a administração está altamente focada na eliminação de drenos de caixa, como Moatize/VNC, algo em que ex-gerentes da empresa tiveram menos sucesso", comentam os analistas. Eles reiteraram recomendação de compra para as ações.

Embraer 

Do lado oposto, os papéis da Embraer (EMBR3) deram continuidade à queda de ontem e recuaram 3,06%. Nos últimos dois dias, acumulam perdas de 6%. Na véspera, o Bradesco BBI cortou a recomendação das ações de neutra para underperform, equivalente a venda, com preço-alvo em 4,00 dólares, o que implica em um potencial de queda de 44% frente ao fechamento de terça.

Em relatório, os analistas comentam que o desenvolvimento de vacinas deu impulso recente às ações ligadas ao setor de viagens, mas as entregas de aeronaves foram adiadas e novos pedidos firmes ainda podem demorar para se concretizar. Para eles, as ações da Embraer parecem estar precificando um cenário “excessivamente otimista” de entrega de 74 aeronaves para este ano, contra as estimativas do banco de 41 aeronaves.

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