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“É o setor mais promissor do Brasil”: a maior aposta da Kinea na bolsa

Gestora de R$ 140 bilhões em investimentos concentra portfólio em empresas de infraestrutura. Rafael Oliveira, gestor de ações, explica a tese em entrevista ao Vozes do Mercado

Rafael Oliveira, gestor de ações da Kinea: "Corte de juros nos EUA deve favorecer entrada de estrangeiros na B3" (Fabio Balian/Exame)

Rafael Oliveira, gestor de ações da Kinea: "Corte de juros nos EUA deve favorecer entrada de estrangeiros na B3" (Fabio Balian/Exame)

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 16h01.

O dia 18 de setembro será o mais importante do semestre para o mercado financeiro, segundo Rafael Oliveira, gestor de ações da Kinea, uma das maiores gestoras do Brasil, com R$ 140 bilhões em ativos sob gestão.

Nesta data, ocorre a Super Quarta, quando serão anunciadas as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. “O cenário principal é que o Federal Reserve faça um corte de 0,5 ponto percentual (p.p.) e o Banco Central do Brasil, suba a Selic em 0,25 p.p.,” disse Oliveira em entrevista ao programa Vozes do Mercado, da Exame Invest.

Com a queda dos juros nos Estados Unidos, o gestor espera um aumento das posições de investidores estrangeiros em mercados emergentes. “A bolsa brasileira deverá se beneficiar desse fluxo, o que provavelmente apreciará o real.”

Oliveira alerta que, na bolsa, esse cenário exigirá maior cautela com ações de empresas exportadoras e altamente alavancadas, dado que suas dívidas podem estar atreladas à Selic.

Um setor que Oliveira acredita estar mais protegido desses riscos é o de infraestrutura, que compõe as principais posições do fundo de ações da Kinea. “Acreditamos que o setor de infraestrutura e utilities seja o mais promissor do Brasil,” afirma.

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As maiores apostas da Kinea

O gestor revelou que a Sabesp (SBSP3) foi, por muito tempo, a maior aposta do fundo na bolsa. A Kinea, inclusive, foi uma das participantes no processo de privatização da companhia. Contudo, essa posição foi substituída por ações da Equatorial (EQTL3), investidora de referência na Sabesp.

Segundo Oliveira, o motivo da troca foi o preço. “O valor justo da Sabesp seria próximo de R$ 115 a R$ 120 (ante os atuais R$ 96). Mas não é um processo linear, e esse valor deve ser alcançado apenas no fim do próximo ano. Já a Equatorial está negociando uma TIR real de 10% a 11%, o que é descontado e não precifica a Sabesp a R$ 100 por ação. Existe até uma arbitragem aqui.”

As outras duas maiores posições da Kinea são na Eletrobras (ELET3), onde vê um cenário mais favorável para o preço da energia, e na Santos Brasil (STBP3), na qual vislumbra um potencial processo de fusão e aquisição, além de robustos dividendos.

“Há um fluxo de notícias muito positivo para o setor, e há empresas que vêm gerando caixa. Elas poderiam estar tomando decisões de investimento menos atrativas, mas têm optado por devolver o dinheiro aos acionistas. Dinheiro na mão é vendaval.”

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