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Dólar fecha na maior cotação desde 2003

Investidores se mostraram preocupados com a possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento das agências de classificação de risco


	Dólares: não bastasse a pressão interna, a moeda também subiu no exterior
 (thinkstock)

Dólares: não bastasse a pressão interna, a moeda também subiu no exterior (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2015 às 10h17.

São Paulo - O mercado voltou a reagir negativamente ontem às mudanças na meta de superávit primário anunciadas pelo governo na quarta-feira. O dólar teve forte alta, de 1,76%, e fechou em R$ 3,349, a cotação mais alta desde 31 de março de 2003, no início do governo Lula. A Bovespa, por sua vez, recuou 1,13%, e acumulou uma perda de 5,91%.

Ontem, os investidores ainda se mostravam preocupados com a possibilidade de o Brasil, em função das dificuldades na área fiscal, perder o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco.

Nem alguns comentários do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, durante a tarde, foram capazes de amenizar a forte pressão sobre o câmbio, que operou em alta durante todo o dia e chegou a bater em R$ 3,357. Em três dias de altas consecutivas, a moeda americana avançou 5,71% em relação ao real.

Desde cedo, investidores que atuam no câmbio brasileiro - em especial, estrangeiros - deram continuidade à busca de dólares iniciada na quarta-feira. Para esses investidores, ao reduzir as metas fiscais de 2015, 2016 e 2017, o governo passou uma mensagem de fraqueza para promover o ajuste e elevou a percepção de que o País pode, de fato, ser rebaixado pelas principais agências de classificação de risco.

A meta fiscal deste ano foi de 1,1% do PIB para 0,15%; a de 2016, de 2,0% para 0,3%; e a de 2017, de 2,0% para 1,3%.

Não bastasse a pressão interna, o dólar também subia no exterior ante várias divisas de países emergentes e exportadores de commodities, após a China divulgar mais um indicador econômico fraco - o índice de gerentes de compras (PMI) da indústria, que caiu aos 48,2 na prévia de julho, ante 49,4 em junho.

À tarde, Nelson Barbosa, até tentou acalmar os ânimos, ao dizer, após participação em evento em São Paulo, que é "cedo para dizer se a variação do câmbio vai ser permanente". Além disso, segundo ele, "na medida em que explicarmos as ações fiscais, o impacto no câmbio tende a ser absorvido".

Não foi o caso ontem. O dólar subiu mesmo após os comentários, com investidores se protegendo no dólar antes do fim de semana e da agenda pesada da semana que vem, que inclui decisão sobre juros no Brasil e nos EUA, uma série de dados econômicos da economia brasileira e a determinação da Ptax de fim de mês, taxa usada como referência em diversos contratos.

Turismo

Nas casas de câmbio, para o consumidor, o dólar turismo voltou a bater a marca dos R$ 3,50. Já a moeda no cartão pré-pago, com maior incidência de imposto, ultrapassava R$ 3,70. Na corretora Cotação, o dólar em espécie era vendido a R$ 3,55, e no pré-pago, a R$ 3,74. Na Confidence Câmbio, a moeda americana saía a R$ 3,56, e no cartão, a R$ 3,73.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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