Christine Lagarde, presidente do BCE (Andreas Rentz/Getty Images)
Repórter
Publicado em 27 de julho de 2023 às 08h12.
Última atualização em 27 de julho de 2023 às 15h00.
Bolsas internacionais iniciaram esta quinta-feira, 27, em alta, ainda refletindo os sinais deixados pelo Federal Reserve (Fed) na decisão de política monetária da última tarde. Como amplamente esperado, os juros americanos foram elevados em mais 0,25 ponto percentual (p.p.) para o intervalo entre 5,25% e 5,5%. Mas o que animou os investidores foi a deixa de que a possibilidade de novas altas de juros deverá depender dos dados que serão divulgados até as próximas reuniões.
A indicação soou como um alívio, dado o contexto de inflação surpreendendo para baixo nos Estados Unidos. Parte do mercado também temia uma sinalização mais dura, que indicasse a necessidade de novas altas de juros no futuro breve. Na decisão anterior à de ontem, a projeção de diretores do Fed para os juros americano ainda considerava duas altas de 0,25 p.p., mas os números da economia americana têm esfriado a possibilidade de mais uma elevação até o fim do ano. Nesta manhã, investidores precificam menos de 30% de chance de o juro voltar a subir.
Discussões sobre a política monetária mundial devem voltar a permear os negócios do mercado nesta quinta. Ainda pela manhã, às 9h15 (de Brasília), o Banco Central Europeu (BCE) irá divulgar sua decisão de juros, para a qual é esperada mais uma elevação de 0,25 p.p. em suas diferentes taxas. Para a taxa permanente de depósito, espera-se uma alta de 3,5% para 3,75%.
O tom que a presidente do BCE, Christine Lagarde, dará em coletiva de imprensa é ainda mais esperado do que a própria alta de juros, já bastante precificada. "Mesmo que o fim dos aumentos de juros pareça estar próximo, o BCE claramente não terá uma visão unânime na quinta-feira sobre onde e quando será esse fim. É por isso que esperamos que o BCE continue com uma conversa dura na quinta-feira, mantendo aberta a porta para outro aumento de taxa em setembro ", avaliaram em nota economistas do banco europeu ING.
As sinalizações menos agressivas de Jerome Powell na véspera contribuíram com mais um dia de alta na B3, com o Ibovespa saltando para os 123 mil pontos.
Além dos ventos internacionais, devem chacoalhar o mercado brasileiro os dados corporativos referentes ao segundo trimestre, que já estão sendo divulgados. Nesta quinta, investidores deverão reagir ao relatório de produção e vendas da Petrobras, apresentado na última noite.
A produção de barril de óleo equivalente por dia (boe/d) ficou em 2,6 milhões no segundo trimestre, representando uma queda anual de 0,6%. Só a produção do pré-sal foi de 2,06 milhões boe/d, superando o recorde anterior de 2,05 milhões boe/d registrado no trimestre anterior. As vendas internas de gasolina aumentaram 15,7% na comparação anual, enquanto as de diesel tiveram um recuo de 3,8%. O resultado oficial da Petrobras está previsto para a próxima quinta-feira, 3.
Quem divulgará seus dados consolidados do trimestre nesta quinta será a Vale. A empresa produziu 78,7 mil toneladas de minério de ferro no segundo trimestre, segundo prévia divulgada na últina semana. A alta na produção foi 6,3% frente ao mesmo período do ano passado. O resultado da Vale está previsto para após o encerramento do pregão.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura é entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro vão das 9h às 17h55.