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Corona crash: as ações que mais caíram na bolsa em março de 2020

Nenhum componente do principal índice acionário brasileiro registrou alta; quedas superam os 60%

 (d3sign/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 31 de março de 2020 às 21h03.

Março de 2020 vai entrar na história do mercado financeiro. No mês, marcado pela forte pressão do coronavírus sobre as bolsas globais, o Ibovespa despencou 29,82% e teve o pior desempenho desde agosto de 1998, quando a moratória russa ameaçava a integridade da economia mundial. Entre os 73 empresas listadas no principal índice de ações da bolsa brasileira, nenhuma teve alta.

Nos piores dias do mês, as ações das companhias aéreas chegaram acumular quedas de mais de 80% no período. Embora estejam entre os setores mais atingidos com as medidas para conter o avanço da doença, as ações da Azul e GOL reagiram nos últimos pregões, após o governo anunciar pacotes emergenciais para elas, e encerraram março com respectivas quedas de 60,51% e 55,59%.

Quem amargou a maior queda do mês foi a ação da resseguradora IRB Brasil, que derreteu 70,89%. Além dos efeitos do coronavírus, o papel vinha sendo olhado com grande desconfiança pelos investidores, depois a gestora Squadra apontar incoerências no balanço da empresa. 

Para adicionar mais confusão, o megainvestidor Warren Buffet precisou vir a público para negar que tinha comprado ações da companhia, após a informação de que ele teria triplicado sua posição na IRB terem repercutido no mercado. A história terminou com a renúncia do presidente da companhia.

Para analistas do mercado, os novos hábitos, que envolvem não sair de casa, podem beneficiar o comércio digital. No entanto, os papéis da Via Varejo, que chegaram dobrar suas vendas online na última Black Friday, ficou na vice-lanterna do Ibovespa, em baixa de 61,77%. 

Entre os motivos que derrubaram os papéis esteve o temor de que a empresa - que acumula dívida de mais de 1 bilhão de reais para pagar no curto prazo - tivesse problemas financeiros com a crise do coronavírus. Tamanha a repercussão, a empresa precisou emitir um fato relevante com sua posição de caixa para tranquilizar os investidores.

Entre os componentes com maior peso no índice, o destaque ficou para a ações da Petrobras, que despencaram quase 50%, pressionadas conflito entre Rússia e Arábia Saudita em torno do preço do barril de petróleo.

Os dois países vinham debatendo como segurar o preço da commodity, que vinha perdendo força com a expectativa de que o consumo de petróleo caísse devido aos impactos do coronavírus. Sem chegar a um consenso, a Arábia Saudita anunciou que aumentaria a produção e venderia o barril de petróleo a preços bem abaixo do praticado no mercado.Em março, o petróleo brent e brent caiu 48,65% e o WTI 54,78%.

Na outra ponta, os papéis do Carrefour registraram a menor queda do Ibovespa, recuando 0,29%. Parte dos investidores acreditam que o coronavírus possa trazer benefícios de curto prazo para o setor de supermercados, já que é visto como um dos segmentos essenciais da economia, além de ser um dos poucos varejistas com portas abertas. 

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