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Como as tarifas de Trump impulsionam o preço do ouro

Uma guerra comercial global impactaria negativamente o crescimento econômico e impulsionaria a inflação, fatores que beneficiam o ouro

Ouro (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Ouro (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 08h29.

A demanda por ouro disparou desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos no último dia 20 de janeiro. O interesse pelo metal precioso escalou à medida que as novas tarifas anunciadas e prometidas por Trump aumentam os temores de uma nova guerra comercial.

Reportagem do jornal britânico Financial Times mostra que o ouro subiu de preço todas as semanas de 2025. Apesar de uma queda na última sexta-feira, 14, o metal teve alta de quase 7% desde a posse do presidente. Em comparação, o índice S&P 500 subiu menos de 2%.

James Steel, analista de metais preciosos do HSBC, disse ao Financial Times que quanto mais tarifas forem impostas por Trump, mais desestabilizado ficará o comércio global, o que favorece o ouro. “Quando o comércio encolhe, o ouro dispara”, disse Steel.

O aumento no preço do metal foi potencializado por um estoque maior de ouro em Nova York, que cresceu 116% desde a eleição de Trump no final de 2024. Segundo o jornal britânico, bancos e comerciantes correram para comprar ouro de Londres e levá-lo para os Estados Unidos, o que criou uma fila de semanas no Banco da Inglaterra.

Assim que assumiu a Presidência, Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os produtos importados do Canadá e do México, além de taxas de 10% sobre importados da China. Depois, o presidente americano impôs tarifas de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio, além de ter prometido instaurar tarifas recíprocas aos países que taxam os Estados Unidos.

Analistas acreditam que uma guerra comercial global pode impactar negativamente o crescimento econômico e impulsionar a inflação, fatores que normalmente beneficiam o ouro. Este ano, espera-se que os bancos centrais, em busca de diversificar suas reservas, sejam um dos principais motores da demanda por ouro.

Diante deste cenário, alguns bancos já estão atualizando suas previsões de preço. Na semana passada, tanto o UBS quanto o Citigroup elevaram o preço-alvo do ouro para US$ 3.000 por onça (cerca de 31 gramas)

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