Eleições nos EUA: vitória de Trumpo fortalece o dólar e as bolsas (ChayTee/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 6 de novembro de 2024 às 09h00.
Última atualização em 6 de novembro de 2024 às 10h53.
A vitória do republicano Donald Trump deixa o mercado agitado na manhã desta quarta-feira, 6. O discurso mais protecionista do republicano, em que haverá corte de impostos e implementação de tarifas de importação, gera uma expectativa inflacionária, o que fortalece o dólar, as bolsas e eleva os juros futuros dos EUA.
Às 10h50, o Dow Jones futuro subia 3,05%, enquanto o S&P 500 avançava 2,23% e o Nasdaq valorizava 1,80%. Os juros futuros de 10 anos dos EUA também sobem 3,69%, a 4,447%. Já o índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas de outros países, sobe 1,78% a 105,27.
Segundo Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, explica que a vitória de Trump é boa para as bolsas americanas porque a previsão do corte de impostos favorece as empresas. Isso porque haverá uma desregulamentação, que reduz restrições e burocracias para as companhias, cortando custos regulatórios. "Bancos devem subir por perspectivas de menos regulação."
Já mais tarifa, principalmente para a China, fortalece o dólar. "E mais tarifa com fiscal pior, faz os juros longo subir", complementa.
A conquista do republicano também impulsiona o valor do bitcoin, devido à possível flexibilização regulatória com o novo presidente, já que ele se posicionou como defensor das criptomoedas.
Por volta da meia-noite, o bitcoin superou pela primeira vez a barreira dos 75 mil dólares (R$ 433.800), segundo dados do mercado em tempo real da agência de informação econômica Bloomberg. O recorde anterior de cotação datava de março, quando o bitcoin atingiu 73.797,98 dólares (R$ 440 mil).
Um dólar mais forte, por sua vez, prejudica as moedas de países emergentes. O Índice de Moedas de Mercados Emergentes da MSCI cai 0,9% a 1.128,85.
"Os mercados emergentes veem suas moedas serem fortemente depreciadas, fragilizando seus equilibrios econômicos, demandando maiores prêmios de riscos nas suas respectivas curvas de juros", diz Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.
Apesar das urnas ainda não terem sido totalizadas, a vitória foi confirmada nesta manhã quando Trump alcançou 277 delegados no Colégio Eleitoral segundo as projeções de diversos veículos de comunicação do país.
Ele atingiu a marca após vencer no estado de Wisconsin. Os Estados decisivos seguem sendo apurados, mas o republicano tende a vencer em todos eles, um cenário pouco antecipado pela média das pesquisas e uma declaração de força para Trump (que também caminha para vencer nos votos populares).
Horas depois das urnas terem sido fechadas, Donald Trump já levava a dianteira nas eleições dos Estados Unidos. O republicano alcançou, às 4h10 (horário local), 267 delegados, enquanto a democrata Kamala Harris, 224.
Durante um discurso para apoiadores em West Palm Beach, Flórida, na madrugada desta quarta-feira, 6, Trump reivindicou sua vitória. Ele já se declarava como eleito, mesmo antes do resultado oficial, por conta da sua vitória em três dos sete estados-chave nas eleições dos EUA.