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Com retorno abaixo do CDI, fundos multimercados lideram resgates da indústria

Classe teve resgates de R$ 134 bilhões no ano; saída supera a soma de toda a saída líquida dos fundos brasileiros

Painel de cotação da B3 (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 16h32.

Última atualização em 9 de janeiro de 2024 às 16h32.

A classe de multimercados lideraram os regates da indústria de fundos em 2023, revelaram os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgados nesta terça-feira, 9. O resultado líquido da indústria como um todo foi de R$ 127 bilhões. Foi o segundo ano consecutivo de resgates. Em 2022, o saldo negativo foi de R$ 129 bilhões.

Mas os multimercados, sozinhos, superaram toda a saída líquida da indústria de fundos, com resgates de R$ 134 bilhões em 2023. No ano anterior, a saída dos multimercados foi de R$ 87 bilhões. A saída, nesses dois anos, equivale a cerca de 13% de todo o patrimônio líquido dos multimercados.

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Um dos fatores que serviram de gatilho para saída desses fundos foi a rentabilidade aquém do CDI registrada, de maneira geral, pela classe. A rentabilidade mediana dos multimercados, de acordo com a Anbima, foi de 10,51%, considerando os de classificação livre. O CDI, no mesmo período, foi de13,4%. Ou seja, mesmo com o mandato mais flexível para investir em diferentes tipos de ativos, os multimercados renderam menos que um título de renda fixa do Tesouro.

Entre os multimercados com as piores performances estiveram os de estratégia macro e de investimento no exterior, com rentabilidade mediana de 9,27% e 10,46%, respectivamente.

Com rentabilidade mais baixa e pedidos de resgates, também diminuiu o número de contas de investidores com alguma dinheiro em fundos multimercados. Essa quantidade, ainda de acordo com a Anbima, caiu 15% no ano passado para 4,62 milhões. Entre os que mais retiraram dinheiro dos multimercados estão os clientes private e do varejo de alta renda, que somaram resgates de R$ 13,74 bilhões e R$ 19,65 bilhões, respectivamente.

Fundos de ações

Os fundos de ações, por outro lado, foram os que mais renderam. Entre os de ações livre, com maior flexibilidade de investimento em bolsa, a rentabilidade mediana foi de 23,65%, ligeiramente acima da alta de 22,28% registrada pelo Ibovespa no ano passado.

Os fundos de ações fecharam dezembro com captação positiva de R$ 4,3 bilhões. Foi o quarto mês consecutivo de ingresso líquido. O período, vale lembrar, marcou a retomada que levou o principal índice da B3 a terminar 2023 perto de sua máxima histórica. No ano, no entanto, os fundos de ações fecharam com resgates de R$ 16,8 bilhões, abaixo da saída líquida de R$ 27 bilhões registrada em 2022.

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