Petlove: faturamento de R$ 4,8 bilhões no e-commerce de produtos pet em 2024 (Petlove/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 24 de abril de 2025 às 17h36.
Última atualização em 24 de abril de 2025 às 18h49.
A fusão entre Petz e Cobasi, que pode resultar em um gigante do varejo pet com vendas de R$ 7 bilhões, passou a ter um novo capítulo. A Petlove, terceira maior varejista do segmento, foi oficialmente habilitada como terceira interessada na análise da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que pode estender a revisão do processo.
A habilitação da Petlove não é uma surpresa, mas pode impactar os prazos de decisão final sobre a fusão. O terceiro interessado tem o poder de apelar da decisão da Superintendência, o que pode estender a previsão de 50 dias para uma decisão para algo entre 120 e até 150 dias, segundo um advogado com experiência em direito antitruste ouvido pelo INSIGHT, site da Exame, em reportagem de fevereiro.
A questão central levantada pela Petlove se refere à definição do mercado relevante. A empresa argumenta que a fusão criaria um monopólio regional, reduzindo a concorrência.
A Petlove critica a forma como a Petz e a Cobasi definiram o mercado em seu edital sobre a fusão, especialmente ao incluir no mesmo segmento lojas de bairro, com sortimento de produtos bem abaixo das superstores. Segundo a Petlove, a operação resultaria em uma distorção competitiva, afetando preços, variedade de produtos e inovação.
Com um faturamento de R$ 1,75 bilhão no e-commerce de produtos pet em 2024, a Petlove enxerga que a combinação das duas gigantes pode afetar a competitividade do setor.
O faturamento da empresa combinada de Petz e Cobasi daria à nova entidade um poder significativo sobre fornecedores e consumidores, comprometendo a eficiência e os benefícios ao público final, segundo a concorrente.
Em nota, Petz e Cobasi argumentam que o mercado pet "é marcado por uma intensa e qualificada concorrência, tanto no físico quanto no digital. Lojas de bairro, apoiadas em serviços, continuam tendo a preferência de mais de 60% da população."