Repórter
Publicado em 14 de março de 2025 às 08h44.
Um atrito entre Carlos Slim, magnata mexicano dono da América Móvil, e Elon Musk pode ter custado caro.
Em resposta a um tuite onde Musk fez insinuações sobre supostas conexões entre Slim e cartéis de drogas, o homem mais rico da América Latina decidiu romper sua colaboração com a Starlink, companhia de internet via satélite de Elon Musk. Segundo o site Mexico Daily Post, o impacto disso é um prejuízo estimado de US$ 7 bilhões para a empresa de Musk, em receita antecipada.
— Elon Musk (@elonmusk) January 23, 2025
A insinuação de Musk foi interpretada como uma grave ofensa à reputação do magnata mexicano. Além de ser uma ofensa pessoal, a acusação de Musk foi ainda mais controversa porque envolvia o fato de Slim ser um dos principais acionistas do The New York Times, com 16,8% das ações do maior jornal do mundo.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, saiu em defesa do bilionário mexicano, chamando a acusação de "mentirosa" e esclarecendo que não havia qualquer investigação sobre Slim ou suas empresas envolvendo narcotráfico. Sheinbaum ainda afirmou que o governo mexicano não permitiria que o país fosse associado ao crime organizado.
O impacto dessa ruptura foi significativo. A América Móvil, que até então utilizava os serviços da Starlink para oferecer internet e telecomunicações móveis em diversos países da América Latina, viu seus serviços afetados. Por outro lado, o prejuízo para Musk foi bilionário, não apenas pela perda de um parceiro importante, mas também pelo enfraquecimento de sua presença no mercado latino-americano em um momento em que ele busca expandir a influência da Starlink.
Após o rompimento com a Starlink, a América Móvil anunciou um investimento de US$ 22 bilhões nos próximos três anos para fortalecer sua infraestrutura própria e reduzir a dependência de parcerias externas. A decisão de Slim reflete um movimento estratégico para solidificar sua posição no mercado de telecomunicações da região, em uma tentativa de competir de forma mais autônoma com empresas como a Starlink.
Slim, o homem mais rico da América Latina, com uma fortuna estimada em quase US$ 80 bilhões segundo a Forbes, é um dos principais controladores da América Móvil, a maior operadora de telecomunicações móveis da região. No Brasil, a América Móvil controla marcas como a Claro e a Embratel, além de ter participação majoritária no Grupo Carso, um dos maiores conglomerados da América Latina.