Bolsas americanas têm pior dia desde 2020 após anúncio das tarifas de Trump
Ações de empresas multinacionais foram fortemente atingidas depois das taxas anunciadas pelo republicano


Redatora na Exame
Publicado em 3 de abril de 2025 às 10h40.
Última atualização em 3 de abril de 2025 às 18h51.
Os mercados globais tiveram nesta quinta-feira, 3, um dia de pesadas perdas após o governo dos Estados Unidos anunciar novas tarifas sobre importações. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 4,84%, na pior perda diária desde 2020, no início da pandemia.
O Dow Jones recuou 3,98%, enquanto o Nasdaq afundou 5,97%, o pior resultado em cinco anos.
O pessimismo se espalhou pelo mercado após o presidente Donald Trump revelar tarifas de pelo menos 10% sobre importações, com taxas ainda maiores para países que impõem tarifas mais elevadas aos produtos americanos.
Sete Magníficas "derretem"
As chamada sSete Magníficas - Apple, Nvidia, Tesla, Meta, Amazon, Microsoft e Alphabet - perderam mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,62 trilhões) somente nesta quinta-feira. Desde o início do segundo governo Trump, essas mesmas empresas já perderam US$ 3,5 trilhões em valor.
Ações de Apple, Nvidia e Tesla caíram 9,25%, 7,81% e 5,47%, respectivamente. Companhias de outros setores foram duramente atingidas também. A Nike caiu 14,4% e a varejista de moda Gap tombou 20%..
A forte reação negativa do mercado indica que investidores estão preocupados com os impactos inflacionários e o risco de uma desaceleração ainda mais intensa na economia americana.
O Barclays afirmou nesta quinta-feira, 3, que há um “alto risco” de a economia dos EUA entrar em recessão neste ano após o tarifaço. O banco projeta que o crescimento econômico do país irá se contrair para 0,1% até o final de 2025, segundo informações da Reuters.
O tarifaço também impactou o dólar. A moeda americana recua cerca de 2% frente a uma cesta de moedas internacionais, atingindo o menor nível em seis meses. O Deutsche Bank alertou para uma possível “crise de confiança” do dólar e ressaltou que a credibilidade da moeda americana como ativo de proteção está se deteriorando.