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Bolsa bate novo recorde histórico ao fechar acima de 108 mil pontos

Dia foi marcado pela estreia do banco mineiro BMG e da varejista de moda C&A na B3

Ibovespa fechou em alta de 0,77%, em 108.187 pontos, superando o pico histórico intradia (durante o pregão) de 108.083 pontos na sexta-feira. (Cris Faga/Getty Images)

Ibovespa fechou em alta de 0,77%, em 108.187 pontos, superando o pico histórico intradia (durante o pregão) de 108.083 pontos na sexta-feira. (Cris Faga/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 28 de outubro de 2019 às 17h21.

Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 18h02.

Repetindo o comportamento das últimas sessões, o principal índice da bolsa paulista iniciou a semana em clima de festa. O Ibovespa renovou seu maior nível de fechamento nesta segunda-feira (28), superando pela primeira vez os 108 mil pontos ao final do pregão. O avanço foi conduzido, principalmente, pelos papéis de bancos.

O Ibovespa fechou em alta de 0,77%, em 108.187 pontos, superando o pico histórico intradia (durante o pregão) de 108.083 pontos na sexta-feira. De carona no bom humor do mercado, as ações do Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) ajudaram a sustentar os ganhos do índice, em alta de mais de 3% e 2%, respectivamente. Petrobras (PETR4) avançou mais de 1%, em linha com a alta nos preços do petróleo.

O dia também foi marcado pela estreia das ações de duas empresas na B3. O banco mineiro BMG (BMGB11) oscilou entre altas e baixas em seu primeiro pregão, mas fechou em baixa de 0,86%, a 46 reais por ação. Já a varejista de moda C&A (CEAB3) fechou em alta de 3,09%, a 17,01 reais, após subir mais de 5% no início dos negócios.

Ainda nesta sessão, o dólar fechou abaixo de 4 reais pela primeira vez em mais de dois meses nesta segunda-feira (28). A moeda dos Estados Unidos recuou 0,43%, a 3,9919 reais na venda. Foi o menor nível de fechamento desde o dia 15 de agosto, quando o cotação foi a 3,9903 reais. Na mínima do dia, caiu a 3,979 reais.

Os investidores acompanharam os desdobramentos da eleição argentina. Os peronistas voltaram ao poder no domingo, com o candidato Alberto Fernández derrotando o presidente neoliberal Mauricio Macri com uma vantagem confortável, em uma eleição que desloca a terceira maior economia da América Latina para a esquerda após uma profunda crise econômica.

O economista-chefe da Necton, André Perfeito, escreveu a clientes que apesar da vitória da chapa peronista e do sentimento de convulsão social na América Latina, a atuação firme do presidente Jair Bolsonaro em contrapor o governo eleito em Buenos Aires criou um sentimento de "aqui não". "Isto explica em parte a valorização do real nesta segunda-feira ao romper o patamar psicológico dos R$ 4,00", disse Perfeito.

No entanto, a corretora prefere manter a previsão de um dólar mais alto para o fim do ano, em vista do ciclo de queda de juros no Brasil e de um fortalecimento da moeda americana frente a outras moedas.

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Eleição argentina e decisões sobre juros no radar

Do Brasil, o mercado reduziu ainda mais suas expectativas para a taxa básica de juros em 2020, com o grupo dos que mais acertam as previsões na pesquisa Focus vendo a Selic a 4%, em meio ao ciclo de afrouxamento do Banco Central. O mercado também espera a decisão de política monetária nos Estados Unidos no mesmo dia, com previsão de corte de 0,25 ponto percentual nos juros.

"Isso deverá trazer não só um efeito positivo natural nas ações como pode provocar uma migração de investimentos da renda fixa para a renda variável. Os investidores estrangeiros ainda estão chegando no Brasil e os fundos de pensão ainda estão bem subalocados em bolsa", escreveu a equipe da Rico em relatório.

O BC reúne-se na quarta-feira para definir os próximos passos da política monetária, com uma expectativa unânime em pesquisa da Reuters de corte de 0,5 ponto percentual, para nova mínima recorde de 5%. A queda dos juros aumenta a atratividade da renda variável, o que, segundo analistas, explica parte do rali da bolsa paulista neste ano.

Otimismo deu o tom em Wall Street

O noticiário sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China seguiu no radar. O presidente, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que espera assinar uma parte significativa do acordo comercial com a China antes do previsto, mas não deu detalhes sobre o cronograma.

Referência em Wall Street, o índice S&P 500 atingiu uma nova máxima recorde nesta segunda-feira (28), com o possível acordo comercial entre os Estados Unidos e a China e as apostas crescentes em um terceiro corte de juros pelo Federal Reserve aumentando o otimismo dos investidores.

As ações da Microsoft ajudaram a impulsionar os três principais índices acionários de Nova York. As ações da companhia tocaram o valor recorde e subiram mais de 2% depois de a empresa ganhar contrato de 10 bilhões de dólares para computação em nuvem com o Pentágono, superando a Amazon, cujas ações recuavam quase 1%.

A gigante de tecnologia alcançou um valor de mercado de 1,09 trilhão de dólares nesta segunda-feira, aproximando-se da Apple, que permanece como a empresa mais valiosa do mundo, com um valor de 1,124 trilhão de dólares.

 

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