Christine Lagarde, a presidente do BCE (Andreas Rentz/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 16 de março de 2023 às 11h56.
O Banco Central Europeu (BCE) definiu um avanço de 0,50 ponto percentual na taxa de juros, mas não deu sinais tão claros de quais devem ser os próximos passos em meio ao mar agitado vivido pelo setor bancário e a crise do Credit Suisse.
Com a decisão, a taxa de refinanciamento do BCE passará de 3% a 3,50%, a de depósitos, de 2,50% a 3%, e a de empréstimos, de 3,25% a 3,75%.
Segundo a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, o episódio de falta de liquidez do banco suíço Credit Suisse está sendo monitorado de perto, bem como os impactos para o setor bancário e buscou reforçar que o BCE tem ferramentas para garantir a liquidez dos bancos da zona do euro, caso necessário.
Ainda assim, Lagarde sinalizou que o principal objetivo está no controle da inflação, para o qual "o caminho ainda é longo".
Em comunicado, o BCE diz que a projeção é de que a inflação continue bastante elevada por mais tempo, o que levou à política monetária mais dura. Os especialistas do BCE consideram agora que a inflação se situe, em média, em 5,3% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,1% em 2025.
Para Étore Sanchez, economista da Ativa, a saída foi "elegante e prudente". "Sem capacidade de mensurar os reais desdobramentos da crise SVB, Signature e CS, a realidade segue mostrando uma forte persistência inflacionária."