Redatora na Exame
Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 07h09.
Nesta quarta-feira, 19, a atenção do mercado estará voltada para a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed).
Os investidores estão atentos, na expectativa de que o documento reforce o tom cauteloso quanto a uma possível flexibilização da política monetária dos Estados Unidos. Às 19h, o vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, fará um discurso.
Na China, o foco desta quarta-feira é a definição das taxas de juros de referência para empréstimos (LPRs) de um e cinco anos.
Na agenda brasileira, às 8h a Fundação Getúlio Vargas (FGV) irá divulgar os dados do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) referentes ao 2º decêndio de fevereiro. Às 14h30, o Banco Central apresenta as informações do fluxo cambial semanal.
Na temporada de balanços, o destaque é a divulgação de resultados do quarto trimestre da Vale, prevista para após o fechamento do mercado. Banco do Brasil, Gerdau e Assaí também irão publicar seus balanços no começo da noite.
Em Brasília, a notícia da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado deve ser o principal assunto do dia.
Após analisar as provas coletadas pela Polícia Federal, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, concluiu que Bolsonaro liderou as articulações para um golpe e chefiou uma organização criminosa “baseada em projeto autoritário de poder”.
A defesa do ex-presidente classificou como "absurda" a denúncia apresentada pela PGR. Em nota divulgada na noite de terça-feira, 18, os advogados alegam que "não há evidências concretas que sustentem a acusação".
Os mercados europeus abriram de forma mista nesta quarta-feira, 19. O índice regional Stoxx 600 caía 0,05% às 8h30, horário de Londres, após terminar o dia anterior com recorde.
A inflação no Reino Unido subiu para 3% em janeiro, superando a previsão de 2,8%, segundo dados do Escritório de Estatísticas Nacionais. Excluindo energia, alimentos, álcool e tabaco, a inflação atingiu 3,7%, o maior valor desde abril de 2024.
Na Ásia, as bolsas encerraram a quarta-feira em direções opostas, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir tarifas de 25% sobre importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos.
No Japão, o índice Nikkei caiu 0,27%, enquanto o Topix recuou 0,3%, em meio à divulgação do maior déficit comercial do país em dois anos.
Na China, o CSI 300 avançou 0,7%, mas o índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,14%. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,7%, e o Kosdaq, de empresas de menor capitalização, ganhou 0,6%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,73%, um dia após o banco central do país cortar os juros em 0,25 ponto percentual, a primeira redução desde novembro de 2020.
Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações operam próximos da estabilidade nesta quarta-feira, após uma sessão positiva em Wall Street na véspera. O Dow Jones avançou 0,02%, o S&P 500 subiu 0,24% e o Nasdaq teve alta de 0,07%.
Apesar das preocupações com a inflação e as políticas comerciais do presidente Donald Trump, analistas destacam a resiliência do mercado, mas alertam para a volatilidade diante da rotação de investimentos, impulsionada pela queda nos rendimentos dos Treasuries e pelo enfraquecimento do dólar.