Assaí: receita líquida cresceu 9,5% no trimestre (Assaí/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 06h51.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2025 às 09h27.
No quarto trimestre de 2024, o Assaí (ASAI3) apresentou uma melhora consistente nas margens operacionais e avanço na redução da alavancagem, com sinais de melhora sequencialmente e chamando atenção do mercado.
"O quarto trimestre foi uma surpresa positiva", destaca o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), observando que a atenção dos investidores deve ser para a queda na alavancagem e no fluxo de caixa. A alavancagem da empresa recuou para 3,04x o Ebitda pré-IFRS16, ante 3,52x no terceiro trimestre, reforçando o compromisso com a desalavancagem. A meta é atingir 2,6x até o final de 2025.
Ainda assim, as vendas e o lucro recorrente ficaram levemente abaixo do esperado por alguns analistas, como Citi e Itaú BBA.
A receita líquida do trimestre foi de R$ 20,2 bilhões, um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, as vendas atingiram R$ 73,8 bilhões, alta de 11%.
O crescimento foi impulsionado principalmente pelas novas lojas e por um avanço de 4,4% nas vendas mesmas lojas, excluindo efeitos de calendário. Segundo o time do Bradesco BBA, que considerou os resultados neutros, era esperado que as vendas comparáveis ficassem abaixo dos concorrentes, como Atacadão, já que o foco do Assaí estava em aumentar a rentabilidade.
O Ebitda ajustado pré-IFRS16 foi de R$ 1,3 bilhão no trimestre, um aumento de 15,7%, com margem Ebitda de 6,4% (+0,3 p.p.).
No ano, o Ebitda ajustado alcançou R$ 4,2 bilhões, crescimento de 19,5%, com margem de 5,7% (+0,4 p.p.). A melhoria foi atribuída ao amadurecimento das lojas convertidas e ao controle de despesas.
O lucro líquido contábil saltou 45%, para R$ 430 milhões. O resultado pré-IFRS16 foi de R$ 474 milhões no quarto trimestre, crescimento de 38,2%. No ano, o lucro líquido foi de R$ 930 milhões, alta de 19,8%.
No entanto, observa time do Citi, esse resultado foi influenciado por dois efeitos não recorrentes: um impacto positivo de R$ 21 milhões da marcação a mercado de swaps para CDI e uma correção monetária de R$ 79 milhões relacionada a créditos tributários.
Excluindo esses fatores, o lucro recorrente teria ficado 5% abaixo da projeção do Citi. Segundo o Citi, o Assaí mostrou avanços consistentes na gestão de margens e despesas, mas ainda enfrenta desafios na expansão das vendas e na melhora do lucro recorrente. O banco reforçou sua classificação neutra para a ação.
A expansão segue em ritmo moderado. No quarto trimestre, o Assaí inaugurou 6 lojas, sendo 4 orgânicas e 2 conversões, totalizando 302 unidades em operação.
Para 2025, a empresa manteve a projeção de 10 novas lojas, alinhada à estratégia de controle de custos diante do atual cenário de juros altos.