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As ações desta montadora de Detroit sobem mais que as da Tesla

Papéis da GM sobem mais de 130% em seis meses e atingem recorde histórico com avanço nas vendas e no desenvolvimento de veículos elétricos e autônomos

Cruise Origin, empresa que desenvolve carros autônomos e elétricos em parceria com GM, Honda e Microsoft (GM/Divulgação)

Cruise Origin, empresa que desenvolve carros autônomos e elétricos em parceria com GM, Honda e Microsoft (GM/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 19h27.

Quem pode rivalizar com a Tesla de Elon Musk? As ações da montadora que lidera o mercado de carros elétricos subiram 743% em 2020 e, neste ano, a alta já está na casa de 20% em pouco mais de duas semanas.

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Serão as chinesas Nio, Xpeng e BYD, cujas vendas de modelos elétricos estão também em forte trajetória de alta, com reconhecimento por parte dos investidores?

Essa seria uma resposta óbvia, mas não é a única: uma montadora da velha guarda, uma das três grandes da capital do automóvel, em Detroit, está surpreendendo o mercado. As ações da GM estão nos maiores valores da história, com alta de 32,3% em 2021, e colhem recomendações de analistas. O recorde foi atingido na quarta, 20, com 55,86 dólares.

A rápida valorização das ações da tradicional montadora aponta que investidores começam a enxergar um potencial mais factível de ganho do que há alguns anos, em decorrência do avanço no desenvolvimento de modelos elétricos e autônomos. Ao mesmo tempo, a estratégia de priorizar a produção e as vendas de picapes e SUVs -- que apresentam margens maiores -- tem se refletido em resultados mais robustos.

Os números dos últimos trimestres mostram a recuperação da montadora em meio à pandemia e que os esforços para redução dos custos, muitos dos quais trabalhistas, estão surtindo efeito na operação e superando as projeções dos analistas.

No terceiro trimestre de 2020, cujos resultados foram divulgados no início de novembro, o lucro por ação ficou em 2,83 dólares, mais que o dobro da projeção consensual de 1,38 dólar. As receitas ficaram em linha com as estimativas, totalizando 35,48 bilhões de dólares.

O reconhecimento da estratégia da montadora, liderada pela CEO Mary Barra, vem do mercado. Atualmente, existem 18 recomendações de bancos e corretoras para as ações da GM na Bolsa de Nova York, das quais 16 são de compra. Em seis meses, as ações mais do que dobraram de valor, subindo 135% desde a cotação mínima de 10 de julho.

Além dos resultados, a GM vem conseguindo apresentar evolução no desenvolvimento de carros que representam o presente e o futuro da indústria automotiva.

No fim de 2020, a GM apresentou o Hummer EV (sigla para electric vehicle), a versão eletrificada de um de seus modelos mais emblemáticos. Neste início de ano, a onda de notícias favoráveis incluiu a revelação da existência da Bright Drop, uma startup para o desenvolvimento de veículos elétricos de entregas, que terá a FedEx como primeira cliente. Os modelos devem ficar prontos no próximo ano.

Na última terça, 19, a montadora divulgou que a Microsoft se juntou à Cruise como parceira da startup que desenvolve modelos autônomos e elétricos. A gigante de tecnologia de Seattle vai entrar com um investimento de 2 bilhões de dólares na companhia que já tem a GM e a Honda como sócias, levando-a a um valuation de 30 bilhões de dólares. E vai entrar com sua expertise em computação na nuvem para o desenvolvimento dos veículos.

O valuation é expressivo e representa pouco menos de 40% do que o atual valor de mercado da GM, de cerca de 80 bilhões de dólares. Apesar da alta das ações dos últimos meses, o valor da GM ainda é um décimo do da Tesla, ainda que a montadora de Detroit venda cinco vezes o total da rival de modelos elétricos.

Segundo analistas, o desafio da GM é continuar a fazer a transição de uma montadora que ainda tem grande dependência de picapes e SUVs com motores a combustão para os novos modelos elétricos e autônomos enquanto eles ainda precisam, respectivamente, ganhar escala e completar o estágio de desenvolvimento pré-lançamento comercial. A julgar pelo desempenho na bolsa, os investidores decidiram dar esse voto de confiança.

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