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Ações de farmacêuticas caem após Biden apoiar quebra de patente de vacinas

No Brasil, Ibovespa teve alta de 1,57%, puxado por commodities; Dólar fechou em queda de 1,2%, cotado a R$ 5,3647

 (Ahmad Gharabli/AFP/Getty Images)

(Ahmad Gharabli/AFP/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 5 de maio de 2021 às 20h20.

Última atualização em 5 de maio de 2021 às 20h22.

As ações das farmacêuticas fabricantes de vacinas contra a covid-19 caíram nesta quarta-feira, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar seu apoio à suspensão da proteção de patentes desses imunizantes. A ideia é que isso ajude a acelerar a produção das doses no mundo.

Negociadas na Nasdaq, as ações da Moderna, BioNTech e Novavax caíram 6,19%, 3,45% e 4,94%, respectivamente.

Com isso, o índice Nasdaq, que vinha subindo no início da tarde, encerrou o pregão com queda de 0,37%, puxado também pelas ações de tecnologia com enorme valor de mercado (megacaps), como Amazon.com Inc (-1,25%) e Facebook Inc (-1,05%).

Os papéis da farmacêutica Johnson & Johnson, por sua vez, caíram 0,42%, enquanto os da Pfizer tiveram leve alta de 0,05%. Ambos são negociados na Bolsa de Nova York.

O índice Dow Jones subiu 0,29%, enquanto o S&P 500 apresentou leve alta de 0,07%.

No Brasil, commodities impulsionam a Bolsa

O Ibovespa fechou em alta de 1,57% nesta quarta-feira, a 119.564 pontos, após ter encerrado o dia anterior na faixa dos 117 mil. O principal índice da Bolsa de SP (B3) acompanhou o bom desempenho das bolsas nos Estados Unidos e Europa pela manhã, e foi alavancado principalmente pelas altas nos papéis de commodities e bancos.

A moeda norte-americana, por sua vez, operou em queda durante todo o dia, refletindo a espera do mercado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic. O dólar comercial encerrou o dia com desvalorização de 1,20% frente ao real, cotado a R$ 5,3647.

A reunião do Copom se encerra às 18h30, e a expectativa é que seja definido um aumento de 0,75 ponto percentual na Selic, que passaria de 2,75% para 3,5% ao ano.

— Diante dos fatores domésticos que contribuem para uma pressão inflacionária, principalmente em relação à depreciação do real frente ao dólar em decorrência de um risco país mais elevado, esperamos uma taxa Selic de 5% ao ano em dezembro de 2021 — afirma Thayná Vieira, economista da Toro Investimentos.

Nesta manhã, foram divulgados os dados da produção industrial brasileira, que superou expectativas, registrando queda de 2,4% em março frente ao mês de fevereiro. Já na comparação com março de 2020, ocorreu alta de 10,5%. A expectativa do mercado era retração de 3,5% contra fevereiro e expansão de 7,6% ante o mesmo período do ano anterior.

CPI e reformas

No cenário doméstico, o mercado continua observando os desdobramentos em torno da CPI da Covid-19, que recebeu o depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Nesta quarta-feira, foi ouvido o ex-ministro Nelson Teich, que ocupou o cargo por menos de um mês. À comissão, ele alegou que deixou o posto diante do desejo do governo de "ampliação do uso da cloroquina" para tratar pacientes com a doença e por não ter autonomia.

Apesar de a CPI estar no radar dos investidores, o gestor da Invexa Capital, Douglas Ineia, afirma que até o momento não houve sinais de que comissão possa interferir na relação do Executivo com o Congresso, obstruindo o andamento das reformas.

— Vai trazer, sim, ruídos para o governo, mas o importante é o andamento das reformas, o que vem acontecendo — explica.

O relatório de uma parte da reforma tributária foi apresentado nesta terça-feira no Congresso, mas a tramitação corre o risco de atrasar, após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), extinguir os trabalhos na comissão mista que analisava o tema.

Bradesco e Gerdau

O Bradesco divulgou os resultados do primeiro trimestre deste ano, com lucro líquido recorrente de R$ 6,5 bilhões nos três primeiros meses de 2021, uma queda de 4,2% na comparação com o quarto trimestre de 2020, mas um aumento de 73,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

As ações preferenciais e ordinárias do banco (BBDC4 e BBDC3) iniciaram o pregão em queda, mas encerraram o dia em leva alta de 0,17% e 0,68%, respectivamente.

No entanto, houve alta nos papéis do Santander (SANB11), de 2,3%, e do Itaú (ITSA4), de 2,92%.

A alta do Ibovespa foi influenciada principalmente pelas commodities, com alta de 5,51% nas ações preferenciais da Gerdau (GGBR4), 5,46% na Metalúrgica Gerdau (GOAU4), além de 5,02% na Braskem (BRKM5).

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) também registraram alta de 4,09%, e as preferenciais da estatal (PETR4) de 4,11%.

Os papéis da Vale (VALE3) subiram a 0,55%.

— O resultado da Gerdau puxou outros a Vale, que depois teve uma leve queda, além de outros ativos — afirma Douglas Ineia.

O presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, disse nesta quarta-feira em teleconferência com analistas que espera uma continuação na forte demanda por aço no Brasil e nos Estados Unidos no segundo trimestre, apesar das diferentes etapas das campanhas de vacinação contra Covid-19 vividas por cada país.

Ele disse que enxerga a possibilidade de ampliação de resultados no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro, quando o lucro líquido da empresa ficou em R$ 2,5 bilhões.

Bolsas no exterior

Na Europa, o desempenho foi positivo, com alta de 2,12% na Bolsa de Frankfurt, 1,4% na Bolsa de Paris, e 1,68% na Bolsa de Londres.

As principais bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quarta-feira, em razão de feriados no Japão, China e Coreia do Sul. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,83%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em queda de 0,29%, enquanto na China o índice Hang Seng China Enterprises caiu 0,41%.

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