Coronavírus: testes da Synairgen em pacientes com covid-19 é duplo-cego, controlado por placebo (Boris SV/Getty Images)
Natália Flach
Publicado em 22 de julho de 2020 às 13h59.
Última atualização em 22 de julho de 2020 às 15h02.
A corrida pela cura do novo coronavírus criou um verdadeiro rali das empresas farmacêuticas nas bolsas. Uma das fortes candidatas ao pódio de valorização das ações é a pequena (e pouco conhecida) Synairgen. A biotech fundada por professores da Universidade de Southampton está desenvolvendo estudos clínicos de uma droga capaz de reduzir o risco de desenvolvimento dos sintomas mais graves da covid-19.
Trata-se de uma pesquisa que está na fase 2 — quando são feitos testes para identificar a eficácia de um medicamento antes que ele seja aprovado ou possa ser comercializado. O presidente Richard Marsden disse, em nota, que está em contato com o órgão de controle americano Food and Drug Administration (FDA) e com a agência europeia European Medicines Agency para apresentar os resultados encontrados.
Com isso, os papéis que eram negociados ao redor de 6 euros no fim do ano passado tiveram a impressionante valorização de 2.930% para os atuais 178 libras. Somente na segunda-feira, 20, o salto das ações foi de 420,55%, ao passar de 36,50 libras para 190 libras.
"Estamos todos satisfeitos com os resultados dos testes que mostraram que o SNG001 reduziu bastante o número de pacientes com covid-19 hospitalizados que evoluíram de 'necessidade de oxigênio' para 'necessidade de ventilação'", afirmou. "Também mostrou que os pacientes que receberam SNG001 tinham pelo menos duas vezes mais chances de se recuperar até o ponto em que suas atividades diárias não eram comprometidas por terem sido infectadas pelo SARS-CoV-2."
O estudo clínico da Synairgen em pacientes com covid-19 é duplo-cego, controlado por placebo. Ao todo, 200 pacientes foram testados, dos quais 100 estavam inicialmente no hospital e 120 em casa. Dois ensaios clínicos mostraram que o tratamento com SNG001 inalado ativou vias antivirais no pulmão, além de melhorar a função pulmonar em pacientes com infecção viral respiratória. É bom lembrar, no entanto, que os resultados não foram publicados em revistas científicas, como a Nature ou The Lancet, nem receberam ainda o aval das autoridades competentes para comercialização.