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3 motivos para não apostar contra o dólar no longo prazo, segundo o Bank of America

No curto prazo, banco acredita que o real poderá ser beneficiado pelo maior apetite ao risco internacional

 (Gary Cameron/Reuters)

(Gary Cameron/Reuters)

Publicado em 6 de novembro de 2023 às 14h46.

Sinalizações de que o Federal Reserve (Fed) será mais brando na condução de sua política monetária têm derrubado o preço do dólar, que opera na mínima desde setembro contra uma cesta de moedas fortes nesta segunda-feira, 6. No Brasil, o dólar é negociado a R$ 4,89, após ter iniciado a semana passada a R$ 5,05.

O gatilho para a desvalorização da moeda americana no mundo partiu do comunicado da decisão do Fed de quarta-feira, 1, interpretada como dovish por parte dos investidores. Os números mais fracos do mercado de trabalho americano que saíram na sexta-feira, 3, alimentaram ainda mais essa expectativa, reduzindo para menos de 10% a probabilidade de o banco central americano voltar a subir sua taxa de juros em dezembro.

Analistas do Bank of America, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, avaliam que essa busca por ativos de risco deverá se estender para os próximos dias.

Para o curto prazo, inclusive, o banco acredita que o real poderá ser um dos mais beneficiados pelo apetite ao risco, ainda que as preocupações fiscais tenham crescido nos últimos dias. O Bank of America pontua, no entanto, que é melhor não apostar contra o dólar no longo prazo. E há três principais motivos para isso.

Recente queda do rendimento dos títulos do Tesouro

Um dos fatores que levaram investidores a interpretarem o comunicado da decisão como dovish foi a sinalização de que a alta dos juros de longo prazo dos Estados Unidos já estaria fazendo parte do trabalho do Fed ao restringir as condições financeiras. O BofA, no entanto, alerta que boa parte desse aperto foi revertido. Os títulos de 10 anos, por exemplo, chegaram a bater um rendimento de 5% em outubro, mas caíram para perto de 4,60%. "Isso, em nossa visão, mina o argumento do Fed."

Dinâmica de outros BCs

A política monetária mais branda de outros bancos centrais é um dos motivos que sustentam a visão do Bank of America. Ao argumento, o banco inclui a possibilidade de a Europa reduzir suas taxas de juros mais cedo, dada a atividade econômica mais fraca.  O banco cita ainda a possibilidade de desvalorização das moedas da China e Japão, que em outros tempos tiveram valor sustentado pelas políticas locais. Diferentemente da maioria dos bancos centrais desenvolvidos, os do Japão e China têm mantido políticas monetárias mais expansionistas.

Perspectivas econômicas

O Bank of America argumenta que o fluxo de capital em busca de melhores retornos nos Estados Unidos devem sustentar o preço da moeda americana. Esse fluxo, segundo os analistas, deverá permanecer, especialmente com a dinâmica negativa em outras economias desenvolvidas. Uma posição estruturalmente negativa do dólar exigiria uma melhor perspectiva para outras economias desenvolvidas, afirmou o Bank of America.

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