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O que é Reserva de emergência: saiba como fazer e quanto investir

Entenda o que é a reserva de emergência, por que ela é tão importante para seus investimentos e quais as melhores aplicações para ela

Quantos salários devo poupar na minha reserva de emergência? Especialistas recomendam o equivalente a seis meses de despesas fixas. (Divulgação/Shutterstock)

Quantos salários devo poupar na minha reserva de emergência? Especialistas recomendam o equivalente a seis meses de despesas fixas. (Divulgação/Shutterstock)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 18h07.

Última atualização em 11 de julho de 2022 às 14h16.

Imprevistos acontecem na vida de todos, até mesmo dos mais precavidos. Uma batida no trânsito, um gasto inesperado, a perda do emprego... diversos motivos podem implicar em uma despesa inesperada. No entanto, a capacidade de planejamento é determinante para limitar os estragos desses imprevistos no bolso. Saiba tudo sobre a reserva de emergência, uma importante aliada para evitar que imprevistos causem mais problemas do que o necessário.

O que é reserva de emergência?

A reserva de emergência (ou fundo de emergência) é um capital que fica investido, mas que pode ser resgatado em um ou poucos dias para cobrir gastos eventuais e inesperados.

Como ninguém sabe quando pode precisar desse recurso, o melhor é que esse montante seja investido em produtos de renda fixa, com alta segurança e alta liquidez.

Por que fazer uma reserva de emergência?

Porque ninguém espera por uma demissão, um acidente ou uma emergência de saúde, mas tudo isso pode acontecer de maneira inesperada.

A reserva de emergência (ou fundo de emergência) é então ideal para quem não quiser ser pego de surpresa, como se fosse um colchão financeiro de liquidez.

Quem não montou a sua reserva de emergência para situações imprevistas pode acabar contraindo uma dívida com juros elevados ou sendo obrigado a fazer resgates antecipados de investimentos, com perdas potenciais. 

O que é rentabilidade, liquidez e risco?

Três aspectos fundamentais devem ser considerados ao se analisar um investimento: o seu risco, a sua liquidez e a sua rentabilidade. Esses três fatores formam o chamado tripé ou tríade dos investimentos. Eles são chamados assim porque servem como uma base de análise para a tomada de decisão do investidor.

1. Risco

Como o próprio nome sugere, o risco indica a chance de o investidor não receber retorno naquela aplicação. Todo e qualquer investimento possui risco, mas existem níveis diferentes desse risco.

Em alguns casos, o risco envolve o de perder toda ou parte da rentabilidade. Em outros, o risco é de perder também o valor inicial investido. Em geral, quanto maior o risco, maior a chance de prejuízos.

2. Liquidez

Já a liquidez é o fator que aponta para a disponibilidade do valor aplicado -- ou seja, com qual rapidez o investidor consegue resgatar a aplicação.

A liquidez é geralmente é determinada pela sigla D+X (por exemplo: D+1, D+2, D+30, e assim sucessivamente). O valor numérico indica o número de dias úteis necessários para que o dinheiro seja resgatado. Sendo assim, uma aplicação com D+30 levará 30 dias úteis para cair na conta do investidor, a partir do pedido de resgate.

3. Rentabilidade

A rentabilidade é o retorno previsto para aquele investimento. No caso da renda fixa, essa rentabilidade costuma já ser conhecida no momento em que o dinheiro é aplicado.

Já para a renda variável, a rentabilidade vai depender de uma série de fatores, e poderá ser positiva (lucro) ou negativa (prejuízo).

Quando começar a reserva de emergência?

A resposta para essa pergunta é simples: o mais cedo possível! A reserva de emergência deve ser um passo anterior ao de fazer investimentos para a compra de um carro, casa ou para a aposentadoria.

Mesmo que a composição da reserva seja feita aos poucos, é muito importante formar esse colchão de liquidez o mais breve possível, para evitar ser pego de surpresa.

Quanto ter de reserva de emergência?

Não existe um valor exato para a reserva de emergência, porque esse cálculo vai depender do custo de vida de cada investidor. Em geral, o que os especialistas recomendam é que a reserva de emergência seja composta por um valor que seja equivalente a pelo menos 6 vezes o custo mensal de cada pessoa.

Exemplo: Uma pessoa que tem despesas fixas (como gastos com moradia, transporte, alimentação e saúde) de 5 mil reais ao mês, a reserva de emergência precisará ser de, no mínimo, 30 mil reais.

Casos especiais para montar uma reserva de emergência

Para funcionários públicos, que tendem a ter uma maior estabilidade quando concursados, a recomendação é de que a reserva de emergência seja igual a três ou quatro meses de custos fixos. Então se o funcionário tem 5 mil reais em despesas fixas, o ideal é juntar de 15 mil reais a 20 mil reais.

Já a reserva de emergência de autônomos deve ser igual a 12 meses (1 ano) de custos fixos. Afinal, ser autônomo pode fazer com que haja meses com maiores ganhos e outros de menos. Então se a pessoa tem 5 mil reais em despesas fixas, o mais adequado é que tenha uma quantia de 60 mil reais em reserva.

Quanto guardar por mês?

É natural que a nossa renda mude ao longo da vida. A tendência é que o salário aumente, conforme a vida profissional evolui, mas que as despesas também fiquem mais pesadas na vida adulta.

Por isso, a regra de acumulação vai depender da sua idade e perfil financeiro. A regra de bolso recomendada pelos planejadores financeiros é a de poupar entre 10% e 20% da renda ao longo da vida.

O ideal é que o percentual fique dentro desse intervalo, mas obviamente alguns períodos vão exigir condições diferentes.

Quando o investidor cumpre algum plano que exige um grande dispêndio, como a compra de uma casa, é normal que ele poupe menos. Já em períodos de menos despesas ou de renda extra (como meses de pagamento de bônus, PLR, férias ou 13º), a proporção de dinheiro guardado pode e deve ser maior.

Onde investir a reserva de emergência?

Ao investir a reserva de emergência é preciso priorizar a liquidez para que esse montante possa ser resgatado facilmente e com agilidade. Também é preciso considerar que o investimento da reserva de emergência precisa ter alta segurança e baixa volatilidade. 

Isso significa que nem todos os tipos de investimento são adequados para a reserva de emergência. Investimentos em renda variável, que podem sofrer grandes oscilações, por exemplo, não são a escolha adequada para a reserva. 

Os melhores investimentos para a reserva de emergência são aqueles com alta segurança, alta liquidez e baixa volatilidade.

Essas características são encontradas em alguns ativos da renda fixa, como:

  • Tesouro Selic;
  • CDBs com liquidez diária;
  • Fundos DI, que investem nesses e em outros ativos da renda fixa.

Diversificação da reserva de emergência

Os recursos que compõem a reserva de emergência precisam ser investidos em ativos com características específicas. Mas isso não quer dizer que não se pode ter diversificação desse investimento. É possível fazer aportes em diferentes ativos para aproveitar as vantagens de cada um. 

O Tesouro Selic, por exemplo, oferece o menor risco de crédito possível. É emitido pelo governo e está atrelado à taxa básica de juros e é um dos ativos mais escolhidos para compor a reserva de emergência. Ele possui uma vantagem extra: para valores até R$ 10 mil, esse investimento fica livre da taxa de custódia cobrada pela B3

Já CDBs com liquidez diária e rendimento acima de 100% do CDI podem oferecer uma variação de rentabilidade, assim como os fundos DI, que, além de investirem em Tesouro Selic, podem alocar uma parcela em outros investimentos de renda fixa, como crédito privado. Mas, no caso dos fundos, é preciso checar se o prazo de resgate é de até um dia a partir do pedido (D+0 ou D+1) e se a taxa de administração é zero.

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