Invest

Entenda o que é renda variável e quais são as opções

Investimentos com maior potencial de retorno incluem ações, criptomoedas e fundos imobiliários, mas apresentam volatilidade.

Apesar de poderem oferecer mais retorno, investimento em rendas variáveis são mais arriscados (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Apesar de poderem oferecer mais retorno, investimento em rendas variáveis são mais arriscados (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 17h29.

A renda variável inclui investimentos cujo retorno não é previsível, pois depende de fatores como oferta e demanda, conjuntura econômica e desempenho da empresa ou ativo. Ao contrário da renda fixa, que oferece rentabilidade predefinida ou atrelada a índices, a variável pode gerar ganhos expressivos, mas também prejuízos inesperados.

Por isso, para investir nela é preciso estar preparado para oscilações no curto prazo, além de ter estratégias para conseguir o retorno que deseja. Conheça mais sobre essa modalidade de investimento e veja como ela se aplica à sua vida financeira.

Principais rendas variáveis para investir

Antes de investir o capital em uma renda variável, é importante conhecer as opções disponíveis no mercado e suas projeções de rendimento. Veja:

1. Ações

Ações são frações do capital de uma empresa negociadas na bolsa de valores. Quando um investidor compra uma, ele se torna sócio da empresa e pode ganhar dinheiro de duas formas:

  • Valorização do papel: Se a empresa cresce e gera bons resultados, a ação se valoriza, permitindo que o investidor venda por um preço mais alto do que pagou;
  • Pagamento de dividendos: Algumas empresas distribuem parte dos lucros aos acionistas regularmente. Esse valor varia conforme os resultados da companhia.

No Brasil, as ações são negociadas na B3, a bolsa de valores do país, e podem ser compradas por meio de corretoras.

2. Fundos de investimento

Os fundos de investimento reúnem recursos de diversos investidores para serem aplicados em uma carteira diversificada de ativos. Eles são gerenciados por profissionais do mercado e podem ser de vários tipos:

  • Fundos de ações: Aplicam pelo menos 67% do patrimônio em ações;
  • Fundos multimercado: Investem em diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa e câmbio;
  • Fundos cambiais: Aplicam majoritariamente em moedas estrangeiras, como dólar e euro;
  • Fundos de criptomoedas: Compram ativos digitais sem que o investidor precise adquiri-los diretamente.

Os ganhos de um fundo dependem da valorização dos ativos que compõem sua carteira.

3. Fundos imobiliários (FIIs)

Os FIIs permitem que investidores ganhem dinheiro com imóveis sem precisar comprá-los diretamente. Eles funcionam como fundos de investimento voltados para o mercado imobiliário e podem ser de dois tipos:

  • FIIs de tijolo: Investem em imóveis físicos, como shoppings, galpões logísticos e escritórios, gerando renda com o aluguel desses espaços.
  • FIIs de papel: Aplicam em títulos ligados ao setor imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Os FIIs distribuem pelo menos 95% de seus lucros na forma de dividendos , tornando-se uma opção atrativa para quem busca renda passiva. Além disso, seus rendimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

4. ETFs (Exchange Traded Funds)

Os ETFs são fundos que replicam índices de mercado, como o Ibovespa. Eles permitem que o investidor diversifique sua carteira comprando apenas um ativo.

O rendimento do ETF vem da valorização das ações que compõem o índice que ele segue. Se o índice sobe, o ETF também valoriza; se cai, o valor do fundo diminui.

Os ETFs são uma opção interessante para quem quer investir em ações sem precisar escolher empresas individuais.

5. Criptomoedas

Criptomoedas são ativos digitais descentralizados que funcionam por meio da tecnologia blockchain. Os ganhos vêm principalmente da valorização dos ativos. Como o preço varia conforme oferta e demanda, o investidor pode lucrar comprando barato e vendendo mais caro. Entretanto, esse mercado é altamente volátil e sujeito a especulações, tornando-se mais arriscado do que outras opções de renda variável.

6. Commodities

As commodities são matérias-primas negociadas no mercado global, como petróleo, ouro, soja e café. O preço desses ativos varia conforme a oferta, demanda e eventos econômicos mundiais.

O investidor pode ganhar dinheiro com commodities de duas formas:

  • Compra direta do ativo físico: Por exemplo, comprar ouro para vender posteriormente a um preço mais alto;
  • Investimento em contratos futuros: No mercado financeiro, é possível comprar e vender contratos de commodities, apostando na valorização ou desvalorização do ativo.

Esse tipo de investimento exige conhecimento do mercado e da influência de fatores externos nos preços das commodities.

Qual a melhor renda variável?

Não existe uma única opção ideal. A melhor escolha depende do perfil do investidor e de seus objetivos. Para quem busca segurança, ETFs e fundos imobiliários oferecem menor volatilidade. Para quem aceita mais risco, ações e criptomoedas podem trazer retornos expressivos no longo prazo. Investidores iniciantes podem começar por fundos de investimento ou ETFs, que oferecem diversificação e gestão profissional.

Quais os riscos de investir em renda variável?

Assim como outros investimentos, a renda variável também traz riscos de perda de capital. Confira os principais:

  • Volatilidade: O preço dos ativos pode variar abruptamente devido a fatores econômicos e políticos;
  • Liquidez: Alguns ativos podem ter baixa liquidez, dificultando a venda sem perda de valor;
  • Risco de mercado: Influências externas, como crises financeiras, podem impactar negativamente os investimentos;
  • Risco específico: Empresas podem enfrentar dificuldades que reduzem o valor de suas ações.

Como investir em renda variável?

O primeiro passo para investir nesse tipo de aplicação é abrir conta em uma corretora de valores e definir um plano de investimentos. O perfil do investidor é fundamental para a escolha da melhor estratégia:

  • Conservador: Pode começar com fundos multimercado e FIIs, que possuem menor volatilidade;
  • Moderado: Pode diversificar entre ETFs, ações e FIIs, equilibrando risco e retorno;
  • Arrojado: Pode investir diretamente em ações, criptomoedas e commodities, aceitando riscos maiores em busca de ganhos superiores.

Vantagens e desvantagens de investir em renda variável

Ainda que as rendas variáveis ofereçam maior risco e possibilidade de perdas, elas são atrativas por terem maior potencial de valorização e possibilidade de ganhos com dividendos e valorização patrimonial.

Outro ponto positivo é que são uma forma de diversificar a carteira, o que é especialmente vantajoso para profissionais mais experientes e que operam na B3 há mais tempo.

Por que você deve saber disso?

Com a taxa Selic em 13,25% ao ano, muitos investidores focam na renda fixa. No entanto, entender a renda variável permite diversificar os investimentos e buscar retornos superiores no longo prazo. Mesmo quem não pretende investir agora deve conhecer essas opções para decisões financeiras mais estratégicas no futuro.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Gastar férias em bets? Funcionários veem apostas como investimento, diz estudo inédito

CEO Conference: descubra as tendências do mercado em 2025 pelos líderes do setor

Anglo American deixa operação de níquel no Brasil; negócio pode chegar a US$ 500 milhões

Bolsa da Argentina opera em alta e busca recuperação após escândalo entre Milei e criptomoeda