Criptomoedas: Bacen reconheceu tokenização como tendência de mercado (Justin Tallis/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 16h11.
Última atualização em 28 de maio de 2024 às 19h30.
Assim, é fundamental entender o que são criptomoedas, mas principalmente, quais são os seus riscos, vantagens e formas de se expor a esses ativos que vieram como uma forma de revolução para o mercado.
As criptomoedas são uma espécie de dinheiro virtual, que se diferencia do dinheiro convencional, conhecido como papel-moeda, por ser totalmente digital e, principalmente, não ter um Estado por trás.
Essa forma de moeda, por não ter um ente estatal por trás, é totalmente descentralizada, o que só é possível por conta de sua principal base: a blockchain.
A blockchain é baseada em sistemas de criptografia, que validam cada uma das transações realizadas na rede e servem como uma forma de proteção para cada uma das partes que estão negociando determinada criptomoeda.
Agora que já se sabe o que é criptomoeda, é momento de entender para que elas servem, principalmente no que diz respeito a sua utilidade no dia a dia da população.
Como qualquer outra forma de dinheiro, os criptoativos tem, como grande função, servir de meio de troca, ou seja, como um facilitador nas transações entre os indivíduos.
Além de ser um meio de troca, é fundamental relembrar as outras duas funções intrínsecas à moeda: a reserva de valor e a unidade de conta.
Em relação à reserva de valor, as criptomoedas, mais especificamente o Bitcoin, foi criado com o intuito de preservar o valor ao longo do tempo, isto é, não ser corroído pela inflação.
Já em relação à unidade de conta, é uma maneira de precificar o produto com base em outro produto, nesse caso, as criptomoedas, da mesma forma realizado com os produtos vendidos em real.
Entretanto, é importante reforçar que as criptomoedas ainda não podem ser consideradas unidade de conta, uma vez que possuem elevada volatilidade.
Nesse sentido, as criptomoedas servem, basicamente, como uma forma alternativa de moeda que permite transações entre os participantes da rede de forma anônima e segura, por conta da criptografia por trás de sua estrutura.
Como mencionado no início, a base das criptomoedas são a criptografia e, consequentemente, a blockchain.
Assim, antes de entender a mineração é essencial entender sobre a blockchain. Ela é como um gigantesco livro de registros, onde ficam gravadas todas as transações realizadas pelos diversos agentes do mercado.
Todas as transações que ficam gravadas dentro da blockchain precisam de validação, uma vez que não existe o Estado por trás para garantir as negociações e as transferências.
Para realizar essa validação, é necessário resolver um problema complexo e, quem resolve esse problema são os mineradores, que disponibilizam seus computadores para ser possível resolver o problema, formalizar a transação e registrá-la na blockchain.
Dessa maneira, a mineração de criptomoedas nada mais é do que uma forma de validação das transações dentro da rede, como forma de garantir que elas sejam completadas e registradas no gigantesco livro chamado blockchain.
Após a resolução do problema para a validação da transação, os mineradores recebem uma recompensa em criptomoeda e, assim, elas são criadas.
Assim, de forma mais simples, a mineração é a criação de novas unidades da moeda de cada uma das redes, sendo a mais conhecida, a do Bitcoin.
O mercado de criptoativos é enorme, dessa maneira existem desde as criptomoedas mais conhecidas até aquelas criptomoedas promissoras, que poucos falam, mas têm alto potencial.
As criptomoedas, intrinsecamente, apresentam maior risco do que outras moedas ou ativos financeiros, o que lhes permite maior potencial de retorno para quem deseja utilizá-la como forma de investimento e diversificação.
Outra vantagem das criptomoedas está relacionada a sua descentralização e a sua possibilidade de negociação 24h todos os dias, sem que seja necessária a intermediação de um agente financeiro, como os bancos e corretoras.
Somam-se a essas vantagens, o baixo custo, uma vez que é possível adquirir as criptomoedas com valores bem pequenos, uma vez que elas são fracionadas, em sua maioria.
Como as criptomoedas não possuem nenhuma regulação e são ativos novos, elas tendem a ter muito mais volatilidade do que as moedas fiduciárias, ou seja, o papel-moeda utilizado no dia a dia.
Dessa maneira, a cotação de criptomoedas varia muito, podendo apresentar altas diárias de mais de 20%/30% assim como quedas de mesma magnitude.
Outro ponto é que elas devem ser guardadas fora das corretoras em que são negociadas, uma vez que elas sofrem constantes ataques de hackers. Assim, você é responsável por guardar e lembrar todas as senhas, já que sem elas você não terá mais acesso às suas criptomoedas.
Além dos ataques às corretoras de criptomoedas, que opta por guardar os ativos em carteiras digitais, também estão expostos a ataques de hackers, mesmo com todas as senhas e segurança por trás.
Assim, como os demais ativos financeiros, é possível investir em criptomoedas de algumas maneiras.
A primeira delas é a partir da compra direta de cada uma delas. Para isso, o investidor deve abrir conta em uma exchange, isto é, uma corretora de criptomoedas.
Nela o investidor fica responsável pela guarda e pela proteção de suas moedas, uma vez que a corretora é apenas uma intermediadora e, caso sofra um ataque hacker e as criptomoedas sejam roubadas, o investidor ficará sem elas e não terá nenhuma contrapartida da instituição.
A segunda forma, que é mais fácil e segura, principalmente para quem está iniciando os investimentos nesse ativo, é se expor a variação por meio de Fundos de Investimentos ou por meio de ETFs (Exchange Traded Funds) que é negociado dentro da bolsa de valores.
Nessas duas opções, a compra e venda das criptomoedas é de inteira responsabilidade dos gestores e o investidor fica apenas com as variações, sem se preocupar com demais questões operacionais.
Importante frisar, que investir em criptomoedas é muito arriscado, portanto é fundamental separar uma pequena parcela do portfólio a essa classe de ativos, como uma maneira de diversificação.
O mercado de criptomoedas cresceu vertiginosamente desde o início do bitcoin, que ocorreu em meados de 2009 no contexto da crise do subprime, e hoje existem mais de 6.000 moedas entre as mais conhecidas e aquelas criptomoedas promissoras.
O Bitcoin, pioneiro no mundo das criptomoedas, é a mais antiga de todas e, até hoje, não se sabe ao certo quem foi o seu criador, tendo apenas algumas suposições sobre quem seria o famoso Satoshi Nakamoto.
A sua criação se deu no meio da crise do subprime e sua principal característica é a emissão máxima de 21 milhões de unidades, isto é, diferente do que ocorre com a moeda fiduciária, não é possível criar moeda além desse limite.
Por conta da forma como são criadas as moedas, segundo algumas estimativas, o último bitcoin será criado no ano de 2140.
A segunda criptomoeda mais conhecida do mundo, o Ethereum, na verdade não foi criada para ser uma espécie de moeda, mas acabou se tornando com o seu desenvolvimento.
Nesse sentido, o Ethereum seria apenas uma forma de compensação aos desenvolvedores que atuam dentro da rede. O objetivo do projeto era e, ainda é, servir como uma plataforma para a instauração de contratos inteligentes.
Curioso notar, que o Ethereum antes se chamava Ether e, só passou a ter esse nome, após um ataque hacker roubar mais de 50 milhões de dólares em Ether.
Construído como uma forma de plataforma de pagamentos, o Ripple foi inaugurado no ano de 2011. A moeda da rede é conhecida como XRP., foi desenvolvida por Ryan Fugger, Chris Larsen e Jed McCaleb.
Diferente do que ocorre com as demais criptomoedas, ela criou uma rede onde outras criptomoedas podem ser negociadas, servindo como uma espécie de “banco” para esses ativos.
Assim, apesar de o conceito básico por trás dos ativos digitais ser a descentralização, a Ripple implementa uma forma de centralização das negociações.
Uma das criptomoedas promissoras disponíveis no mercado, a Dogecoin ficou muito conhecida por conta da defesa e do marketing realizado por Elon Musk dentro da rede social Twitter, na época.
Diferente do que ocorre com o Bitcoin, a criptomoeda tem emissão ilimitada e ficou conhecida como sendo umas das “memecoins”, ou seja, criptomoedas que apesar de sua estrutura são muito mais especulativas do que revolucionários dentro do mercado.
Em seu boom impulsionado por Elon Musk, a Dogecoin chegou a se valorizar mais de 22.000%, porém voltou praticamente aos seus preços iniciais.