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Diversificação de investimentos: o que é e como fazer?

A diversificação é essencial para que o desempenho negativo de uma aplicação não represente perdas significativas no patrimônio total

A diversificação de investimentos é muito importante para equilibrar riscos e retorno (Getty Images/Getty Images)

A diversificação de investimentos é muito importante para equilibrar riscos e retorno (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 20h47.

Última atualização em 16 de setembro de 2021 às 11h39.

Todo investidor, seja novato ou experiente, já deve ter ouvido o clássico ditado: não coloque todos os ovos na mesma cesta. O conselho é uma dica preciosa e indica um conceito essencial para quem quer proteger e multiplicar o patrimônio ao longo do tempo, o da diversificação.

O que é diversificação?

A diversificação de investimentos é a estratégia de alocação de recursos em produtos com características diferentes, de modo que o eventual desempenho negativo de um investimento específico não represente perdas muito grandes no patrimônio total, pois haverá outros ativos no portfólio para equilibrar riscos e retorno

Em outras palavras, a estratégia de diversificação é uma forma de investir com mais segurança, potencializando a rentabilidade.

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O que é rentabilidade, liquidez e risco?

Três aspectos fundamentais devem ser considerados ao se analisar um investimento: o seu risco, a sua liquidez e a sua rentabilidade. Esses três fatores formam o chamado tripé ou tríade dos investimentos. Eles são chamados assim porque servem como uma base de análise para a tomada de decisão do investidor.

Os três fatores raramente estarão juntos e na mesma proporção em um único investimento. Isso significa que toda escolha de investimento representará uma renúncia a pelo menos um desses três aspectos.

  • Risco

Como o próprio nome sugere, o risco indica a chance de o investidor não receber retorno naquela aplicação. Todo e qualquer investimento possui risco, mas existem níveis diferentes desse risco.

Em alguns casos, o risco envolve o de perder toda ou parte da rentabilidade. Em outros, o risco é de perder também o valor inicial investido. Em geral, quanto maior o risco, maior a chance de prejuízos.

  • Liquidez

Já a liquidez é o fator que aponta para a disponibilidade do valor aplicado -- ou seja, com qual rapidez o investidor consegue resgatar a aplicação.

A liquidez é geralmente é determinada pela sigla D+X (por exemplo: D+1, D+2, D+30, e assim sucessivamente). O valor numérico indica o número de dias úteis necessários para que o dinheiro seja resgatado. Sendo assim, uma aplicação com D+30 levará 30 dias úteis para cair na conta do investidor, a partir do pedido de resgate.

  • Rentabilidade

A rentabilidade nada mais é do que o retorno previsto para aquele investimento. No caso da renda fixa, essa rentabilidade costuma já ser conhecida no momento em que o dinheiro é aplicado.

Já para a renda variável, a rentabilidade vai depender de uma série de fatores, e poderá ser positiva (lucro) ou negativa (prejuízo).

Como rentabilidade, liquidez e risco se relacionam?

Risco e retorno costumam ter correlação positiva: ou seja, se movem juntos. Um investimento conservador como a renda fixa possui baixo risco e baixa rentabilidade. Por outro lado, o investimento em ação possui alto potencial de rentabilidade e riscos elevados.

Com a redução nos últimos anos das taxas de juros, nenhum investimento sozinho apresenta alta rentabilidade, alta liquidez e baixo risco. Mas esses objetivos podem ser equilibrados por meio da diversificação dos investimentos.

Isso significa alocar uma parte dos investimentos em produtos com maior rentabilidade, outra com maior liquidez, e uma terceira parte em ativos com menor risco. A proporção de cada um desses fatores dependerá do perfil do investidor.

Tipos de perfil de investidor

São três os perfis de investidor mais comuns, cada um com suas características. 

1. Conservador

O investidor conservador abre mão de perseguir uma rentabilidade maior, porque prioriza a segurança nos seus investimentos e tem baixíssima tolerância ao risco. Esses investidores têm maior necessidade de preservação do patrimônio e liquidez.

Por causa dessas razões, investem normalmente em ativos da renda fixa, como títulos do Tesouro DiretoCDBsCRIs e CRAs, por exemplo

2. Moderado

O perfil moderado é associado ao investidor que aceita um pouco mais de risco em busca de uma rentabilidade maior. Ele vai acessar investimento conservadores como a renda fixa, mas, como tem disposição para ativos mais arriscados, pode investir um percentual da carteira em produtos de renda variável, como ações fundos imobiliários.

3. Arrojado (ou agressivo)

O investidor arrojado, também chamado de agressivo, é aquele que busca de retornos ainda mais altos, abre mão de parte da segurança e investe um percentual maior da sua carteira em investimentos mais arriscados. Ações são uma das alternativas mais comuns, mas a carteira pode incluir ainda opções e contratos futuros.

Como diversificar a carteira de investimentos?

A diversificação da carteira precisa respeitar os objetivos financeiros, o capital disponível e, como já mencionamos, do perfil do investidor. É uma combinação de diversos investimentos com risco, liquidez e rentabilidade variadas.

A estratégia deve ser utilizada somente para investimentos que vão além da reserva de emergência, uma vez que esse montante precisa estar investido em um ativo com alta liquidez e alta segurança.

Diversificação de risco

A técnica de diversificar investimentos pelo risco consiste na distribuição do patrimônio por ativos de diferentes tipos. Na forma mais comum, a carteira é dividida entre renda variável e renda fixa -- a proporção de cada classe é determinada pelo perfil do investidor.

Os ativos de renda fixa tendem a ser menos voláteis, embora, em geral, apresentem uma rentabilidade menor. Já os de renda variável são mais arriscados, mas podem entregar um retorno maior. O risco diferencia as duas classes, em geral.

No entanto, é possível encontrar diferentes graus de risco dentro da renda fixa e da renda variável. Por exemplo: os títulos públicos, negociados no Tesouro Direto, têm o menor grau de risco do mercado, pois são garantidos pelo governo federal. Já títulos de crédito privado, como debêntures, não contam com proteção do Fundo Garantidor de Crédito.

O mesmo vale para os ativos de renda variável. Ações das chamadas blue chips (grandes empresas, como Vale e Petrobras) tendem a variar menos, diante do alto volume de negociação e liquidez. Já os papeis das small caps, por terem negociação mais restrita, podem apresentar maior volatilidade.

Diversificação por liquidez

É importante que o investidor tenha, na carteira, aplicações com prazos de resgate diferentes. Antes de compor a carteira de investimentos, é essencial que o investidor tenha uma reserva de emergência (no tópico abaixo, explicamos como diversificar esse "colchão financeiro"), cujas aplicações devem ter liquidez imediata.

O restante do patrimônio pode ser dividido em aplicações de liquidez diversa. É importante lembrar que liquidez não necessariamente está ligada a risco. A maior parte das ações, por exemplo, têm possibilidade de compra e venda imediata. Já fundos de investimento podem ter prazos de mais de 6 meses para resgate, dependendo do perfil dos ativos contidos no fundo.

Diversificação geográfica

Você já aprendeu que é preciso colocar os ovos em diferentes cestas, mas alguns analistas financeiros recomendam, ainda, que as cestas precisam estar em caminhões diferentes. Deixando as analogias de lado: além de diversificar em risco e liquidez, é importante diversificar geograficamente.

Ter uma carteira muito concentrada em um único país ou mercado pode ser problemático quando grandes crises acontecem. Os investidores que tinham a carteira concentrada exclusivamente em ativos brasileiros sofreram mais, por exemplo, durante a greve dos caminhoneiros de 2018 -- evento que afetou exclusivamente nosso país.

É possível manter o perfil de risco, mesmo investindo em ativos externos. Em plataformas de bancos e corretoras já é possível encontrar diferentes classes de investimento no exterior: títulos de dívida de governos, ações, índices e diversas outras aplicações.

Por isso, é recomendável que mesmo investidores mais conservadores mantenham parte do patrimônio investido no exterior. Vale lembrar, no entanto, que alguns desses ativos podem ter exposição cambial -- ou seja, a rentabilidade é determinada não só pelo desempenho da própria aplicação, mas também pela variação do dólar, euro ou da moeda atrelada ao ativo.

Diversificação da reserva de emergência

Os recursos que compõem a reserva de emergência precisam ser investidos em ativos com características específicas. Mas isso não quer dizer que não se pode ter diversificação desse investimento. É possível fazer aportes em diferentes ativos para aproveitar as vantagens de cada um. 

O Tesouro Selic, por exemplo, oferece o menor risco de crédito possível. É emitido pelo governo e está atrelado à taxa básica de juros e é um dos ativos mais escolhidos para compor a reserva de emergência. Ele possui uma vantagem extra: para valores até R$ 10 mil, esse investimento fica livre da taxa de custódia cobrada pela B3. 

Já CDBs com liquidez diária e rendimento acima de 100% do CDI podem oferecer uma variação de rentabilidade, assim como os fundos DI, que, além de investirem em Tesouro Selic, podem alocar uma parcela em outros investimentos de renda fixa, como crédito privado. Mas, no caso dos fundos, é preciso checar se o prazo de resgate é de até um dia a partir do pedido (D+0 ou D+1) e se a taxa de administração é zero.

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