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4 ações do Ibovespa têm ganhos de 3 dígitos no ano; IRB cai 77% e lidera perdas

CSN, Weg, PetroRio, Magazine Luiza lideram os ganhos do índice no ano, com alta superior a 100%; do lado oposto, além de IRB, aparecem Cogna, Embraer e Cielo

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 30 de dezembro de 2020 às 19h18.

Última atualização em 30 de dezembro de 2020 às 23h14.

Apesar da alta de 2,92% do Ibovespa em 2020, quatro das 77 ações que compõem o índice conseguiram emplacar ganhos de três dígitos no ano. No grupo, apareceram CSN (CSNA3), impulsionada pelos preços do minério e expectativa de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de sua subsidiária CSN Mineração; Weg (WEGE3), que detém também o posto de maior alta da década (com valorização de 1.231% no período); PetroRio (PRIO3), com a retomada dos preços do petróleo; e Magazine Luiza (MGLU3), considerada uma grande ganhadora da crise da covid-19, diante da forte expansão do e-commerce durante a pandemia e com perspectivas de seguir em passos acelerados pela frente.

No acumulado do ano, esses quatro papéis registraram respectivos ganhos de 126%, 120%, 112% e 110%. O quinto colocado entre as maiores altas do índice foi a Bradespar (BRAP4), holding do Bradesco que detém participação na Vale (VALE3) e teve valorização de 73%. A mineradora, que também foi beneficiada pela forte disparada do minério, veio na sequência, com alta de 70%.

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Do outro lado, o IRB Brasil (IRBR3), envolto em uma série de problemas de governança corporativa, liderou as perdas, com queda de 77%, seguido por Cogna (COGN3), Embraer (EMBR3), Cielo (CIEL3) e Cia Hering (HGTX3), com quedas de 59%, 55%, 51% e 48%, respectivamente.

Apesar da forte queda dos papéis no ano, o investidor que está atrás de penchichas na Bolsa deve olhar cada caso isoladamente, para avaliar se o movimento se justifica ou se de fato pode ser uma oportunidade.

No caso de IRB, o estrategista Gustavo Cruz, da RB Investimentos, comenta que o risco do ativo ainda permanece alto. "Em um ano no qual o tema ESG (ambiental, social e governança corporativa, na sigla em inglês) se tornou uma variável extremamente importante na avaliação de empresas, o IRB foi uma das maiores decepções em torno de sua governança".

Ele lembra que a empresa esteve envolvida em polêmicas sobre uma suposta posição de Warren Buffet, que foi posteriormente desmentida por eles. Depois, uma acusação do lucro de 2019 ser muito artificial. Algo que se tornou ainda mais grave com a renúncia de Ivan Monteiro, presidente do conselho da companhia. "A empresa está passando por uma reestruturação interna, e tem chance de reerguer em 2021, mas não será algo simples", comenta.

Para Cogna, que aparece em segunda lugar do ranking, o estrategista diz que o setor de educação foi um dos primeiros a sentir a crise e, como a companhia depende muito do presencial, foi também uma das primeiras a ser penalizadas pelos investidores. No entanto, mesmo com a retomada das aulas, ele acredita que a companhia precisará ganhar mais confiança do consumidor para conseguir se mostrar promissora novamente.

"As pessoas não voltam a consumir seu serviço se julgarem que existe grandes chances de terem problemas financeiros adiante. Além disso, a empresa, que é conhecida por uma boa gestão, se viu envolvida em um processo após o IPO de sua subsidiária Vasta na Nasdaq por uma possível fraude nos números", comenta.

 

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