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O futuro de Elon Musk está chegando, mas o presente requer atenção

As recentes apresentações de Musk incluem veículos autônomos e robôs que prometem mudar a vida cotidiana, mas investidores e consumidores estão cautelosos

Elon Musk: bilionário trouxe seus novos brinquedos a público (Getty Images)
Miguel Fernandes

Chief Artificial Intelligence Officer da Exame

Publicado em 14 de outubro de 2024 às 11h27.

Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 11h32.

A SpaceX realizou o segundo voo completo da Starship, a nave espacial mais poderosa do mundo, com o objetivo de avançar nas missões para a Lua e Marte. A Tesla apresentou o Cybercab, um táxi autônomo sem volante nem pedais, projetado para revolucionar o transporte urbano. Junto com ele, foi revelado o Robovan, um veículo maior capaz de transportar até 20 pessoas ou cargas, também de forma autônoma. No campo da robótica, Musk demonstrou os avanços do Optimus, o robô humanoide da Tesla, que promete auxiliar em tarefas domésticas e industriais.

Mais uma vez, lá estava Elon Musk em 90% dos conteúdos recomendados pelas redes sociais que eu uso diariamente, apresentando o que ele jura ser a próxima revolução tecnológica. Desta vez, um táxi robô dourado que parece ter saído direto de um filme de ficção científica dos anos 90. Mas antes de correr para fazer meu pedido de Cybercab, precisei respirar fundo?

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Não me entenda mal. Acho o Elon Musk um gênio e adoro essas novidades tecnológicas. Mas ultimamente tenho a sensação de que estamos sendo bombardeados com promessas de um futuro tão brilhante que precisamos de óculos escuros só de pensar nele. E, francamente, estou começando a sentir uma certa fadiga de futuro.

Optimus: o robô humanoide da Tesla

É como se a cada semana surgisse uma nova tecnologia "revolucionária" que vai mudar nossas vidas para sempre. Carros voadores, robôs domésticos, viagens a Marte... A lista é interminável. E enquanto isso, cá estamos nós, ainda lutando para que o Wi-Fi funcione em todos os cômodos da casa.

O que me intriga é essa obsessão em tornar tudo "inteligente" e "eficiente". Quer dizer, o bom e velho ônibus agora é praticamente um dinossauro tecnológico? E o que dizer dos taxistas de carne e osso? Serão eles os novos fabricantes de vela na era da lâmpada elétrica?

Muitas vezes essas promessas grandiosas são mais sobre marketing pessoal do que progresso real. Elon Musk quer parecer o Tony Stark da vida real ou resolver problemas concretos do dia a dia?

E vamos combinar, quantas vezes já ouvimos que "o futuro chegou", só para descobrir que ele estava preso no engarrafamento ou teve um bug de sistema?

No fim das contas, talvez o verdadeiro progresso não esteja em carros dourados que se dirigem sozinhos, mas em encontrar maneiras de tornar nossas cidades mais habitáveis, nossas comunidades mais fortes e nossas vidas um pouco menos dependentes de carros, telas e algoritmos.

Então, da próxima vez que algum bilionário tech prometer que vai revolucionar sua vida com o novo gadget imperdível, talvez seja o caso de perguntar: será que eu realmente preciso disso, ou será que o que eu realmente quero é um sorvete e uma boa conversa com o garçon humano?

Afinal, às vezes o futuro que queremos não é tão diferente do presente que já temos – só precisa de alguns ajustes aqui e ali. E quem sabe, talvez o verdadeiro avanço seja aprender a apreciar o que já temos, em vez de sempre esperar pela próxima grande coisa.

As ações das empresas de Elon Musk caíram, apesar dos recentes lançamentos empolgantes. Investidores expressam preocupações sobre a viabilidade comercial e os prazos de implementação de projetos como o Cybercab e o robô Optimus.

A Tesla enfrenta pressões competitivas no mercado de veículos elétricos, enquanto a rede social X luta com a perda de anunciantes e desafios de monetização. Os altos custos de desenvolvimento, as flutuações no mercado de criptomoedas e as dificuldades em equilibrar visões futuristas com resultados financeiros imediatos contribuem para essa queda. Essa situação destaca a necessidade de Musk demonstrar progresso tangível e viabilidade financeira em suas diversas empreitadas para reconquistar a confiança do mercado.

Enquanto os investidores tiram suas conclusões, sigo tentando entender se devo me empolgar ou me preocupar com a ideia de um robô fazendo meu café da manhã. Por enquanto, acho que vou ficar com minha cafeteira de sempre. Pelo menos ela não tenta prever o futuro – só faz um café decente.

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