IA nos negócios: Boticário, Renner e Porto Seguro contam como usam a tecnologia na prática
Para as empresas, a inteligência artificial se torna um aliado forte para a otimização em vendas e atendimento ao cliente
Repórter
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 17h48.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 18h47.
Em cerca de um mês, o ChatGPT completará um ano no ar. Hoje em busca de uma avaliação de US$ 90 bilhões, o chatbot da OpenAI transformou o setor de tecnologia e trouxe consigo o ‘boom’ da IA generativa: na esfera social, gerar textos, imagens e até áudio com a ferramenta se tornam mais comuns. Já para as empresas, a inteligência artificial se torna um aliado forte para a otimização em vendas e atendimento ao cliente.
No evento ‘ EXAME IA Summit: IA aplicada aos negócios ’, realizado nesta terça-feira, 24, executivos da área de tecnologia da Renner, Boticário e Porto Seguro contaram sobre como a aplicação de IA acelerou os processos internos e trouxe mais eficiência para a rotina de trabalho.
“Está evidente que a IA vai nos oferecer mais velocidade, personalização e eficiência em atendimentos de call-center, por exemplo”, resume Daniel Knopfholz, Vice-Presidente de Tecnologia, Inovação e Gente do Grupo Boticário. Dentro da gigante de cosméticos, um sistema de inteligência artificial é utilizado para coletar informações variáveis – como temperatura, comportamento regional e das lojas mais próximas – para decidir onde será a próxima loja do grupo, que podem ser franqueadas ou revendedoras.
“O que para mim é ‘hype’, é falar que os empregos vão acabar”, salienta Knopfholz. De 2019 para cá, a empresa aumentou em dez vezes sua área de tecnologia, que foi de cerca de 300 colaboradores para 3.000, sendo 2.700 deles desenvolvedores.
Já a Renner começou a estruturar o banco de informação cerca de duas décadas atrás. Além disso, desde 2010, a empresa coleta informações sobre a percepção do consumidor, o que, para Leila Martins, Chief Data Officer da Renner, foi essencial para chegar no ponto de maturidade interno atual. “É extremamente necessário orientar a coleta de informações e entender o valor que isso tem nas tomadas de decisões”, disse a executiva.
Na marca de roupas, a separação e envio dos itens nos centros de distribuição são totalmente otimizados com dados. Mas o lado humano ainda é valioso, de acordo com Martins. Um motorista no caminhão de entrega tem a rota otimizada pela IA, mas tem um conhecimento único do trajeto que não pode ser deixado de lado. “Sem estrutração e sem o lado humano, a tecnologia não é capaz de trazer a resposta que você espera”.
Para a Porto Seguro, potencializar o atendimento ao cliente com IA é a equação de sucesso. “Em sua essência, a Porto é sobre atendimento ao cliente”, disse Marcos Sirelli, CIO da Porto. Por isso, os colaboradores da seguradora passaram a ter uma IA generativa como copiloto na hora de falar com o consumidor. Como no ChatGPT, o funcionário transcreve a pergunta para a IA, que responde em segundos. Com o tempo, a inteligência artificial acabou apontando pequenas incoerências em procedimentos detalhados num documento interno. “Num canal digital, é difícil trazer a qualidade do atendimento feito por humanos, mas a IA generativa nos dá oportunidade de testar isso”, conta o executivo.
Como criar o próprio robô no WhatsApp?
Buscando aproximar o público da inteligência artificial, o último painel do EXAME IA Summit foi um workshop totalmente imersivo.
César Baleco, CEO do Grupo IRRAH, ensinou como treinar um robô no WhatsApp em até quinze minutos pelo GPTMaker, plataforma na qual é possível personalizar o chatbot com as suas próprias preferências.
Pelo GPTMaker, é possível gerar imagens, fazer agendamentos de consultas e até agendar pagamento em Pix. O executivo criou um chatbot específico para o evento da EXAME, oferecendo informações sobre palestrantes e horários de cada painel.