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Saúde

Citi rebaixa Fleury; crescimento menor pode afetar margens

Banco reconhece que companhia não está cara, mas vê crescimento de receita menor do que o esperado no curto prazo

Fleury: lucro menor do que o esperado para 2024 e 2025 (Fleury/Divulgação)
Fleury: lucro menor do que o esperado para 2024 e 2025 (Fleury/Divulgação)
Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 13 de março de 2024 às 14:04.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 23:07.

A desaceleração das receitas do Fleury levou os analistas do Citi a rebaixaram de 'compra' para 'neutro' e cortarem o preço-alvo de R$ 19 para R$ 16. O veredito é de que, apesar de a companhia não estar cara, a falta de perspectivas para o crescimento de receita em curto prazo acende uma luz amarela. 

"Em resumo, a trajetória de receita está se provando mais fraca do que inicialmente esperado, aumentando o risco de execução em margens, retornos e crescimento de lucro", escrevem os analistas.

O banco estima que um crescimento anual de receita (CAGR) de 7% até 2025 , influenciado por vendas mais fracas na principal unidade de negócios da empresa, a de medicina diagnóstica, que corresponde aos laboratórios. Essa vertical deve crescer de 5% a 6% em 2024, ante um crescimento de 8,8% em 2023, influenciada por um desempenho abaixo da média na marca premium do grupo, Fleury. Caso esse cenário se comprove, a companhia deve ter uma diluição de custos menor, o que vai afetar a margem da empresa, diz o Citi.

No quarto trimestre, o Fleury teve avanço de de 4,9% na receita líquida, menos da metade dos 11,6% nos três meses anteriores, já considerando os números pro-forma, que consideram os números do Hermes Pardini, incorporado oficialmente em maio deste ano.

Já esperada pelo mercado, a desaceleração é resultado, em parte, de um período de sazonalidade mais ‘desafiadora’, com um menor número de dias úteis nas festas de fim de ano, disse a CEO Jeane Tsutsui ao INSIGHT. Além disso, o quarto trimestre de 2022 ainda teve um efeito relevante de exames de Covid – excluindo esse último efeito, o avanço seria de 6,5%.

Na teleconferência de resultados, a executiva manteve um tom otimista. "Vemos um ano dentro das nossas expectativas. Lembrando que devemos ter um crescimento maior de volume, um ponto que temos enfatizado, de crescer com mais volume, mantendo margens saudáveis", disse a CEO na ocasião.

Se o crescimento de receita será menor do que o esperado, a companhia conta com dois pontos positivos adiante, diz o Citi. Um deles é a captura de sinergias de Pardini (estimada em pelo menos R$ 200 milhões até 2026) e outro é o crescimento da divisão de Novos Elos. Em 2023, essa vertical, que corresponde a um 'ecossistema de saúde', com clínicas de ortopedia, oftamololgia, oncologia, fertilidade e infusões de medicamentos, representou 8,3% da receita da companhia.

Mesmo assim, os analistas revisaram para baixo as estimativas de lucro para os próximos dois anos. O número ficou 2% menor para 2024 (totalizando R$ 633 milhões) e foi reduzido em 5% para 2025 (hoje em R$ 754 milhões).

A equipe reconhece que os papéis, negociados a 13,1 vezes P/E em 2024 e 11 vezes em 2025, não tornam a empresa cara – mas o banco ressalta que a falta de um impulso de curto prazo tornam a  aposta na empresa mais arriscada. Por volta das 14 horas, os papéis do Fleury negociavam a R$ 14,88, em baixa de 1,78%, a quinta maior do Ibovespa.

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Karina Souza

Karina Souza

Repórter Exame IN

Formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada pela Saint Paul, é repórter do Exame IN desde abril de 2022 e está na Exame desde 2020. Antes disso, passou por grandes agências de comunicação.

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