Inovação

50 startups: Meu DNA quer usar a genética para melhorar o cuidado com a saúde

A startup começou oferecendo um teste de ancestralidade, mas a grande guinada ocorreu com o teste de covid-19 do tipo RT-Lamp, que é mais barato e dispensa o uso do cotonete nasal do teste RT-PCR tradicional

O cliente recebe um kit para fazer a coleta de seu DNA em casa – por meio da saliva, utilizando um cotonete especial. (meuDNA/Divulgação)

O cliente recebe um kit para fazer a coleta de seu DNA em casa – por meio da saliva, utilizando um cotonete especial. (meuDNA/Divulgação)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 07h00.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 07h33.

Esta reportagem faz parte da série "50 startups que mudam o Brasil", publicada na EXAME. Conheça as demais empresas selecionadas

Desde que o primeiro genoma humano foi sequenciado, no ano 2000, o custo de se fazer a análise dos genes caiu radicalmente. A startup Meu DNA se aproveita dessa tendência para oferecer testes genéticos de baixo custo.

A empresa foi fundada em 2019 na capital paulista, como um braço do laboratório Mendelics, empresa especializada em análises genômica que tem o fundador da Totvs, Laércio Cosentino, entre os sócios.

A startup começou oferecendo um teste de ancestralidade, para identificar as origens genéticas de uma pessoa. Em seguida, lançou um exame que detecta a predisposição genética para uma série de doenças, como câncer de mama e próstata.

Mas a grande guinada ocorreu com o desenvolvimento de um teste de covid-19 do tipo RT-Lamp, que detecta a presença do coronavírus na saliva. Ele é mais barato e dispensa o uso do cotonete nasal do teste RT-PCR tradicional.

A empresa fez parcerias com hospitais e farmácias do país e hoje o exame está disponível em 1.100 farmácias.

“No início, a nossa meta era realizar 1 milhão de testes em cinco anos. Já fizemos mais de 300.000”, diz Cesário Martins, diretor da Meu DNA.

Ao todo, a empresa diz ter investido cerca de 10 milhões de reais nos últimos seis meses de 2020 para estruturar a operação dos testes de covid-19. O capital veio de um investimento de 45 milhões de reais recebido em 2019 pelo grupo Mendelics. A rodada foi liderada pelo MCLC4, family office de Laércio Cosentino, fundador e ex-presidente-executivo da produtora de software Totvs.

O próximo passo da startup é lançar um exame para bebês de até 2 anos para detectar a predisposição a 300 doenças que podem aparecer na infância, que terá o nome comercial de Meu DNA Bochechinha. “É uma evolução do teste do pezinho”, diz Martins.

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