Queda do won e instabilidade financeira após declaração de lei marcial pelo presidente sul-coreano (Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 16h02.
O governo da Coreia do Sul anunciou nesta terça-feira, 3, que tomará medidas para estabilizar os mercados cambiais diante da queda do won, em consequência da crise política no país, depois que o presidente Yoon Suk-yeol declarou lei marcial.
“Usaremos todas as medidas possíveis para estabilizar os mercados financeiros e cambiais, incluindo o fornecimento de liquidez ilimitada para lidar com a possível instabilidade no mercado após a declaração da lei marcial”, afirmou o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, conforme a agência de notícias sul-coreana "Yonhap".
O ministro acrescentou que o governo realizará reuniões diárias de emergência para discutir questões financeiras e macroeconômicas, visando estabelecer um sistema de gerenciamento de crises.
O won, que estava em alta em relação ao dólar antes da divulgação da notícia, caiu e estava em queda de 2% em relação à moeda americana às 12h30 (em Brasília). Naquele momento, as ações da empresa de eletrônicos Samsung, uma das principais sul-coreanas, caíam mais de 6% no mercado de Londres. No fechamento da Bolsa de Valores de Seul, as ações da Samsung haviam se mantido estáveis antes da declaração da lei marcial.
O presidente sul-coreano declarou a lei marcial para proteger a “ordem constitucional” contra atividades “antiestatais”, das quais ele acusa o principal bloco de oposição, o Partido Democrático (PD), que ele classificou como “forças pró-Coreia do Norte” em pronunciamento na TV.
O anúncio surpreendente foi feito depois que o PD, que tem maioria no Parlamento, aprovou um orçamento para 2025 com vários cortes sem o apoio do Partido do Poder Popular (PPP) de Yoon, que está no poder, assim como moções para demitir o procurador-geral e o chefe do Conselho de Auditoria e Inspeção, que monitora as contas dos órgãos públicos.
Após a declaração da lei marcial, o Parlamento da Coreia do Sul votou pela sua suspensão em uma sessão plenária extraordinária convocada pouco depois de o presidente anunciar essa medida excepcional, com milhares de pessoas protestando nas ruas de Seul.