XRP, da Ripple, foi criptomoeda mais valorizada em setembro; Flow, ligada a NFTs, teve maior queda
Para gestora, mês de setembro foi "neutro" para o setor de criptoativos, com bitcoin valorizando 1,25% e ether perdendo 10,69%
João Pedro Malar
Publicado em 7 de outubro de 2022 às 14h31.
O XRP, ligado à empresa Ripple, foi a criptomoeda com maior valorização no mês de setembro, de acordo com um levantamento da gestora QR Asset. Já a maior queda foi do token nativo do blockchain Flow, que tem o mesmo nome da rede.
Os dados da QR Asset apontam que o XRP, atualmente a sexta maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, teve uma alta de 53,02% no último mês, enquanto o flow recuou 14,97%.
Segundo o levantamento, as maiores valorizações incluem ainda o algorand (27,89%) e o chainlink (19,55%), criptomoedas dos blockchains de mesmo nome, o ATOM, da rede cosmos (15,16%), e o chiliz (12,93%), criptoativo da rede que sustenta a plataforma de fan tokens Socios.com.
Já entre as maiores baixas, os destaques foram do NEAR Protocol (-14,91%) e EOS (-10,02%). Figuram no top 5 ainda o ether, com queda de 10,69%, e o ethereum classic, que perdeu 10,58%.
A QR Asset atribui o forte recuo do ether à sinalização do presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA ( SEC ), Gary Gesnler, de que a criptomoeda poderia ser considerada um valor mobiliário após o "The Merge", a mudança no seu mecanismo de consenso.
Com a mudança, o mecanismo passou da prova de trabalho (proof-of-work) para a prova de participação (proof-of-stake). Nela, os mineradores bloqueiam uma quantidade mínima da criptomoeda da rede, recebendo então recompensas para validar transações.
Na visão de Gensler, com a mudança, os detentores do ether "passariam a auferir renda, caso decidam depositar seus tokens", explica a QR Asset. Se a criptomoeda for considerada um valor mobiliário, passaria a ser regulada pela SEC, o que desagrada o mercado e resultou na queda.
Principais altas
Já o desempenho positivo da XRP está ligado a vitórias da Ripple em processos judiciais. "O XRP vem oscilando fortemente ao sabor das decisões jurídicas. Instaurada no apagar das luzes de 2020, a ação começou com uma série de reveses para a Ripple Labs que, a partir de 2021 começou a ganhar batalhas ao longo do caminho", avalia a gestora.
A vitória mais recente ocorreu após a corte de Nova York rejeitar um pedido da SEC para proibir o acesso às falas de um diretor da organização em que ele dizia que o bitcoin e o ether não seriam valores mobiliários. A Ripple busca usar a fala para argumentar que o XRP também não entraria na categoria.
O relatório associa a valorização do algorand às discussões para uma migração da rede Helium para o blockchain ligado à criptomoeda. No caso do chainlink, a alta é atribuída ao ganho de espaço em protoclos de finanças descentralizadas, DeFi.
O aumento do chiliz é associado à expansão de fan tokens de times esportivos, que usam o blockchain da plataforma como base, em meio à proximidade da Copa do Mundo de 2022. Já a valorização do cosmos é atribuído à boa recepção do mercado aos projetos de melhoria de segurança e interoperabilidade do seu protocolo.
Em setembro, a maior criptomoeda do mundo, o bitcoin, teve ganho de 1,24%. Para a QR Asset, o mês foi "neutro no geral, com altos e baixos no mercado como um todo".
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