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Visa: tokenização precisa "melhorar experiência do cliente" para ganhar escala

À EXAME, vice-presidente de Novos Negócios da gigante de meios de pagamento enfatizou atuação da Visa como "rede das redes" na tokenização

Visa: empresa vê potencial na tokenização de ativos (Visa/Divulgação/Divulgação)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 13 de setembro de 2024 às 12h00.

O crescimento da tokenização de ativos ao redor do mundo depende de uma melhoria da experiência dos clientes com esse processo. É o que avalia Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa , em entrevista exclusiva à EXAME durante o evento NFT Brasil, que termina nesta sexta-feira, 13.

"Para dar escala para a tecnologia, é uma questão de experiencia do cliente. É preciso encontrar uma forma para que o cliente passe de Web2 para Web3, uma forma simples de ter acesso à tokenização. Quando falamos de blockchain, cripto, tokenização para o cliente ou o usuário, ainda é visto como algo novo, nem todo mundo tem conhecimento", diz.

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Na visão de Abreu, é preciso haver um esforço do setor para tornar o processo de tokenização mais simples, e talvez até "tirar algumas palavras" que hoje são ditas para o público ao falar sobre a tecnologia. Ele pontua, ainda, que esse ponto já começou a ser notado e abordado por diferentes empresas do setor.

"A escala depende de tirar barreiras no processo. E, na hora que a tecnologia tiver escala, as empresas precisam estar prontas para oferecê-la", afirma. Sobre o papel da Visa nesse novo segmento, ele pontua que a gigante de meios de pagamento "tem um conhecimento grande de redes e moedas, sabemos fazer as operações e com segurança".

"Se puder se conectar em outras redes, você consegue trazer escala para usar outras redes, moedas, de forma rápida e segura. É o que sabemos fazer. Nossa visão é de ser a rede das redes", explica.

As novidades da tokenização

Abreu pontua que o processo de tokenização no mundo cripto não é tão diferente de processos anteriores de criação de token, inclusive os usados pela Visa, em que um cartão é inserido em uma carteira digital e passa a ser um token. A novidade, porém, está na possibilidade de tokenizar uma gama mais ampla de ativos e dar uma garantia de que o ativo realmente existe, permitindo inclusive que ele seja usado como lastro para concessão de crédito.

Como exemplo, ele cita um estabelecimento que teria uma grande quantidade de recebíveis de cartões e que poderia tokenizar esse volume - com garantia de pagamento em um determinado momento - e usar os tokens como garantia para obter crédito. Nesse caso, a tecnologia blockchain é quem dá essa garantia, gerando a confiança para o processo ocorrer.

Seria possível, ainda, fracionar ativos. Se, hoje, é preciso dar um imóvel inteiro como garantia para receber apenas uma parte do valor dele como empréstimo, com a tokenização seria possível fracionar o imóvel e dar como garantia apenas essa fração, recebendo o crédito correspondente.

Na visão do executivo da Visa, essas mudanças deverão chegar ao público antes de mudanças mais amplas a nível internacional, em que será preciso realizar acordos entre países para permitir uma conexão entre diferentes moedas digitais, como o Drex. "A velocidade acho que vai ser diferente que na adoção do consumidor. Depende de relação dos países, interesses comerciais, econômicos, então é mais complexo", pontua.

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