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Toncoin: criptomoeda cai mais de 15% após prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram

Executivo foi preso na França em meio a acusações envolvendo crimes de fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e promoção do terrorismo

Pavel Durov é o CEO do aplicativo Telegram (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Pavel Durov é o CEO do aplicativo Telegram (Chris Ratcliffe/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 11h21.

Última atualização em 26 de agosto de 2024 às 15h55.

A criptomoeda toncoin é um dos destaques negativos do mercado desde o último sábado, 24. O motivo é a forte queda do ativo após a prisão de Pavel Durov, o CEO do Telegram, na França. O executivo foi detido como parte de investigações sobre diversos crimes cometidos no aplicativo de trocas de mensagem, incluindo tráfico de drogas e promoção do terrorismo.

Dados da plataforma de criptomoedas CoinGecko apontam que a toncoin acumula uma desvalorização de mais de 17% desde a prisão de Durov, cotado atualmente em US$ 5,57. O ativo aliviou o movimento de perdas nesta segunda-feira, 26, enquanto os investidores ainda aguardam possíveis desdobramentos do caso.

Mesmo assim, as fortes perdas já fizeram o ativo perder a sua posição como o 9º mais valioso do mercado de criptomoedas, perdendo duas posições e saindo da lista das dez maiores moedas digitais em capitalização de mercado. Por outro lado, o ativo ainda acumula ganhos de mais de 280% nos últimos 365 dias.

A trajetória de preço do toncoin ao longo de 2024 está intimamente ligada ao Telegram. O ativo é a criptomoeda nativa do blockchain Ton, sendo usado para o pagamento de taxas de operações na rede. E o próprio projeto possui uma história mais antiga com o Telegram. A Ton Network teve início em 2018, como uma iniciativa interna da plataforma de criar um blockchain próprio.

O projeto acabou sendo abandonado pelo Telegram anos depois devido a temores de possíveis problemas judiciais nos Estados Unidos, mas foi mantido por uma equipe separada. Mas, em 2023, a plataforma voltou atrás e anunciou que a rede seria seu blockchain oficial, integrando suas funcionalidades para todos os seus usuários.

A medida fez o toncoin saltar em poucas semanas, e cada anúncio novo sobre a integração entre os dois projetos ajudou na valorização da criptomoeda desde então. Porém, o caso da prisão de Durov mostra agora que a conexão entre as iniciativas também trouxe riscos para o toncoin.

De acordo com as autoridades, a prisão do CEO do Telegram ocorre devido à postura do aplicativo de não cooperar com as autoridades e não cumprir as leis da União Europeia referentes a crimes digitais. A plataforma nega as acusações e afirma que cumpre todas as leis europeias sobre o tema.

Pavel Durov, cuja fortuna foi estimada pela Forbes em US$ 15,5 bilhões, deixou a Rússia em 2014 após se recusar a cumprir as exigências do governo de fechar comunidades de oposição em sua plataforma de mídia social VKontakte, que ele vendeu. O Telegram concorre com apps como o WhatsApp, Instagram, TikTok e Wechat.

Posicionamento do Telegram

Em nota, a empresa por trás do app de mensagens falou sobre o caso do CEO — e utilizou emojis para se posicionar contra a prisão de Durov. Leia na íntegra:

"📱 O Telegram cumpre as leis da UE, incluindo a Lei dos Serviços Digitais — sua moderação está dentro dos padrões da indústria e em constante melhoria.

🛩 O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa.

🫤 É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma.

🌐 Quase um bilhão de usuários em todo o mundo utilizam o Telegram como meio de comunicação e como fonte de informações vitais.

👍 Estamos aguardando uma resolução rápida dessa situação. O Telegram está com todos vocês."
 

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